30 anos do Real: Qual foi a inflação no período? R$ 1 de hoje equivale a apenas R$ 0,12 da época

A inflação brasileira acumula uma alta de 708% entre o dia 1° de julho de 1994 e a última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de maio.

 

Em outras palavras: no aniversário de 30 anos do Plano Real, uma moeda de R$ 1 equivaleria a apenas R$ 0,12 da época de seu lançamento, ou ainda, uma nota de R$ 100, equivalente ao salário mínimo após a adoção do Plano Real, compra apenas o equivalente a R$ 13,28 à época.

 

Assim, R$ 13,28 compravam em 1º de julho de 1994, o mesmo que R$ 100,00 compra hoje.

 

E para adquirir o que R$ 100,00 comprava na época, hoje seria necessário R$ 808,00.

 

Com apenas uma moeda, era possível comprar um quilo de açúcar ou um litro de leite ou uma dúzia de ovos, e ainda havia troco. Os centavos. .

 

Embora a inflação acumulada em três décadas seja bastante expressiva, é preciso reconhecer o sucesso do Plano Real, no governo de Itamar Franco, para resolver o caos inflacionário.

 

Nas décadas de 1980 e 1990, o país vivia uma hiperinflação que chegou a ultrapassar os 2.500% ao ano. Da entrada do real em circulação para cá, anos ruins de inflação são aqueles em que IPCA chega à casa dos 10% na janela de 12 meses.

 

Ainda assim, o valor nominal do dinheiro caiu bastante: para comprar o equivalente a R$ 1 daquela época, seria necessário desembolsar R$ 8,08 atualmente.

 

Para ter o mesmo poder de compra de julho de 1994, seriam necessários, hoje:

 

  • R$ 40,40 para uma nota de R$ 5 da época;
  • R$ 404,01 para uma nota de R$ 50 da época;
  • R$ 808,02 para uma nota de R$ 100 da época.

 

Outras notas

Além das notas de R$ 1, R$ 5, R$ 10 e R$ 100, o “kit original” lançado inicialmente pelo Plano Real, cédulas de outros valores também foram desenvolvidas com o passar dos anos.

 

Em dezembro de 2001, foi lançada a nota de R$ 2. Para ter o mesmo poder de compra da época em que ela foi lançada, seriam necessários R$ 7,69. A inflação acumulada de lá para cá é de 284,63%, segundo o Banco Central do Brasil (BC).

 

Em junho de 2002, chegou às ruas a nota de R$ 20. Hoje, para ter o poder de compra que se tinha quando foi lançada, seriam necessários R$ 74,56. O IPCA acumulado do período é de 272,78%.

 

A última nota a ser criada foi a de R$ 200, que começou a circular no dia 2 de setembro de 2020, em meio à pandemia de Covid-19. Em quase três anos, a inflação já acumula uma alta de 29,29% e, hoje, seriam necessários R$ 258,59 para ter o mesmo poder de compra.

 

O Plano Real

O real completa 30 anos de existência nesta segunda-feira (1°). O plano que deu origem à moeda nasceu sob a gestão de Itamar Franco, que tinha Fernando Henrique Cardoso como ministro da Fazenda.

 

O Plano Real marcou o fim de um dos períodos de maior instabilidade econômica e monetária do Brasil. Teve seu processo iniciado em 1993 e tinha como objetivo controlar a hiperinflação no país, que ultrapassava os quatro dígitos.

 

De acordo com informações do BC, no acumulado em 12 meses entre julho de 1993 e junho de 1994, quando o real foi implementado, a inflação chegou a encostar no nível de 5.000%.

 

Apenas para se ter uma ideia, de lá para cá, “mesmo com as várias crises internacionais e internas que prejudicaram a estabilização econômica, o IPCA acumulado em 12 meses passou de 9% em poucas ocasiões”, destaca a instituição.

 

A implementação do real como a moeda nacional foi a última etapa do plano monetário.