A economia brasileira gerou 184.140 empregos com carteira assinada em março, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério da Economia.
Essa é a diferença entre as contratações, que somaram 1.608.007 no mês passado, e as demissões, que totalizaram 1.423.867.
No mesmo mês do ano passado, no início do impacto da pandemia do novo coronavírus na economia, foram fechadas 276.350 vagas formais.
No início do ano passado, o governo mudou a metodologia do Caged. Segundo especialistas, as alterações impedem comparações com período anteriores a 2020, quando a metodologia era outra.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que a criação de empregos formais abrangeu todos os setores da economia em março, e também todas as regiões do país.
“E o grande destaque foi o setor que foi mais golpeado na pandemia, o setor de serviços. Dos 184 mil empregos, praticamente a metade, 95 mil empregos, foram criados no setor de serviços. O último setor da economia que estava no chão se levantou e a economia brasileira segue criando novos empregos”, declarou.
Guedes voltou a citar a importância da vacinação em massa para o retorno seguro ao trabalho.
Programa de manutenção do emprego
De acordo com o Ministério da Economia, o comportamento do emprego formal, neste ano, ainda sofre influência do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda de 2020.
Isso porque os empregadores, para obterem os benefícios do programa, têm de manter o emprego do trabalhador por igual período de tempo da suspensão do contrato, ou redução da jornada.
Nesta quarta-feira, o governo federal relançou o programa, nos mesmos moldes da Medida Provisória 936, convertida na Lei 14.020/2020, que vigorou por 8 meses no ano passado e atingiu quase 10 milhões de trabalhadores.
A previsão para 2021, porém, é de que 4 milhões de pessoas sejam beneficiadas, ao custo de R$ 10 bilhões, contra R$ 33,5 bilhões no ano passado.
Primeiro trimestre
Nos três primeiros meses deste ano, ainda de acordo com o Ministério da Economia, foram geradas 837.074 vagas com carteira assinada. Em igual período do ano passado, foram abertos 108.825 empregos com carteira assinada.
Ao final de março, o Brasil tinha saldo de 40.200.042 empregos com carteira assinada. Isso representa um aumento na comparação com janeiro deste ano (39.620.736 empregos) e, também, com março de 2020, quando o saldo estava em 39.342.275 milhões.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados nesta terça-feira, consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não inclui os informais.
Com isso, não são comparáveis com os números do desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar, e abrangem também o setor informal da economia.