A parcela de famílias endividadas atingiu um novo recorde em outubro, segundo os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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O número de brasileiros endividados cresceu pelo 11º mês seguido, chegando a 74,6% das famílias. O número representa uma alta de 0,6 ponto percentual em relação a setembro, e de 8,1 pontos na comparação com outubro do ano passado.
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Percentual de endividamento das famílias — Foto: Economia g1
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Com o novo patamar recorde, a CNC estima agora que cerca de 12,2 milhões de famílias possuem dívidas a vencer no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal ou prestação de carro e de casa.
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O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso atingiu 25,6%, ficando 0,1 ponto acima do registrado no mês anterior, mas 0,5 ponto abaixo do apurado em outubro de 2020.
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Já o percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que vão permanecer inadimplentes recuou para 10,1%, contra 10,3% em setembro. Em outubro do ano passado, estava maior, em 11,9%.
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Dentre os inadimplentes, o tempo médio de atraso na quitação das dívidas é menor desde março deste ano, 61,4 dias. A proporção de atrasos acima de 90 dias também mostra queda desde maio deste ano, alcançando 41,3% das famílias inadimplentes, contra 41,6% em outubro de 2020.
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Percentual de famílias inadimplentes — Foto: Economia g1
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Impacto dos juros em alta
Na avaliação da CNC, a alta na taxa básica de juros (Selic) começa a impactar a dinâmica da proporção de endividados, arrefecendo o crescimento na contratação de dívidas, uma vez que o crédito segue, aos poucos, ficando cada vez mais caro no Brasil.
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“A inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
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Dívida no cartão
O cartão de crédito segue como principal tipo de dívida, e alcançou parcela de 84,9%. Em relação a outubro de 2020, a modalidade avançou 6,4 pontos no endividamento, o maior incremento anual da série histórica do indicador.
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Carnês de lojas (20,2%) e o financiamento automotivo (12,7%) seguem ganhando destaque nas participações no endividamento. Na sequência, aparece o financiamento de casa (9,7%) e o crédito pessoal (9,2%).
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Por g1