Mercado financeiro reduz estimativa de inflação e vê alta menor do PIB em 2021

bacen 21_12_20Os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2021 e também passaram a prever uma expansão menor do nível de atividade neste ano.

 

As informações constam do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (20) pelo Banco Central (BC). Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

 

De acordo com o BC, a projeção dos analistas para a inflação de 2021 recuou de 10,05% para 10,04%. Foi a segunda semana seguida de queda do indicador.

 

Se confirmada a previsão, será a primeira vez que a inflação atinge o patamar de dois dígitos desde 2015, quando somou 10,67%.

 

O centro da meta de inflação em 2021 é de 3,75%. Pelo sistema vigente no país, será considerada cumprida se ficar entre 2,25% e 5,25%. Portanto, a projeção do mercado equivale a mais que o dobro da meta central de inflação.

 

Para 2022, o mercado financeiro elevou de 5,02% para 5,03% a estimativa de inflação. Com isso, a inflação segue acima do teto do sistema de metas para o ano que vem.

 

A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

 

O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.

 

  • Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

 

Produto Interno Bruto

Além de uma queda na estimativa de inflação, o mercado financeiro também baixou a previsão de crescimento do PIB deste ano, que passou de 4,65% para 4,58%.

 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

 

Para 2022, o mercado manteve a previsão de alta do PIB estável em 0,50%. No começo deste ano, a previsão dos analistas era de uma alta de 2,5% para a economia no próximo ano. A expectativa começou a ser revisada para baixo somente em setembro.

 

O Ministério da Economia insistiu, no mês passado, em manter a previsão de crescimento do PIB de 2022 acima de 2% alegando que isso se deve à “melhora no mercado de trabalho e no investimento privado, principalmente em infraestrutura”.

 

Taxa de juros

O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, de em 11,50% ao ano para o fim de 2022, o que pressupõe alta do juro básico da economia no próximo ano.

 

Atualmente, após sete altas seguidas, a taxa Selic está em 9,25% ao ano, o maior patamar em mais de quatro anos.

 

Outras estimativas

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,59 para R$ 5,60. Para o fim de 2022, avançou de R$ 5,55 para R$ 5,57 por dólar.

 

  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 recuou de US$ 59,90 bilhões para US$ 59,09 de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado caiu de US$ 55,80 bilhões para US$ 55,25 bilhões de superávit.

 

  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano caiu de US$ 52 bilhões para US$ 51,25 bilhões. Para 2022, a estimativa passou de US$ 58,10 bilhões para US$ 57,55 bilhões.

 

 

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