O Banco Central informou nesta quarta-feira (26) que os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 5,25 bilhões em 2021.
O resultado representa queda de 2,7% na comparação com 2020, quando as despesas somaram US$ 5,394 bilhões.
O resultado do ano passado também foi o mais baixo desde 2005, quando os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 4,720 bilhões.
Em dezembro do ano passado, ainda segundo o BC, as despesas no exterior somaram US$ 784 milhões, num cenário de aumento dos gastos.
Os números do BC mostram também que as viagens ao exterior ainda não se recuperaram ao patamar antes da pandemia da Covid-19, que teve inicio em março de 2020.
Dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) mostram que o primeiro impacto do coronavírus causou uma queda de 58% dos ganhos das agências entre 2019 e 2020 — de R$ 33,9 bilhões para R$ 14 bilhões. O faturamento anual das agências em 2021 só será divulgado pela Abav em março.
De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o aparecimento da variante ômicron traz uma incerteza sobre a continuidade da recuperação dos gastos no exterior no curto prazo.
“Em 2021, houve recuperação gradual mês a mês. E, daqui pra frente, principalmente no curto prazo, a evolução dessa conta se torna muito incerta em função dos riscos e desafios causados pela nova onda de contágios com a variante ômicron, da Covid-19”, declarou.
Cotação do dólar
Além da pandemia da Covid, as viagens também são influenciadas pela cotação do dólar.
O patamar ainda alto da moeda norte-americana torna os destinos no exterior mais caros. Isso porque as passagens e as despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira.
Em todo ano passado, o dólar registrou uma alta de 7,47% contra o real, cotado a R$ 5,57. Em 2020, a moeda norte-americana já tinha registrado uma forte valorização, de 29%.