83% dos brasileiros tiveram que fazer cortes ou ajustes no orçamento ao longo do ano de 2021, aponta uma pesquisa realizada pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPB Brasil em parceria com a Offer Wise Pesquisas. O levantamento mostra ainda que 40% das pessoas precisaram buscar uma renda extra.
Entre as pessoas que tiveram que alterar o orçamento, 59% redirecionaram dinheiro para pagar contas do dia a dia, 35% para pagar contas em atraso e 25% para economizar e guardar dinheiro.
A pesquisa aponta também que 55% reduziram refeições fora de casa ou pedidos de delivery, 48% cortaram itens supérfluos de mercado e 44% deixaram de comprar vestuários, calçados e acessórios.
Em análise dos resultados, o presidente do CNDL afirmou que mesmo com a vacinação os brasileiros ainda sentem as consequências econômicas e sociais da pandemia de covid-19. “A renda da população foi fortemente afetada nos últimos dois anos e isso, somado aos preços elevados, traz insegurança para as famílias”, afirmou.
Além dos cortes cotidianos, o levantamento mostrou que 92% dos brasileiros deixaram de realizar algum projeto que tinham para 2021. Para 29%, o que ficou para trás foi a vontade de juntar dinheiro. Outros 25% deixaram de comprar ou reformar a casa, 25% não fizeram uma viagem, 20% não conseguiram pagar dívidas em atraso e 18% adiaram os planos e comprar um carro ou uma moto.
40% precisaram buscar renda extra em 2021
As dificuldades financeiras do segundo ano de pandemia também levaram 40% dos entrevistados a procurar algum tipo de renda extra para poder manter ou aumentar o padrão de vida.
Com o mesmo objetivo, outros 29% das pessoas usaram o cartão de crédito e em 17% dos casos, mais pessoas da família tiveram que começar a trabalhar.
Entre os que disseram que precisaram fazer “bicos” para aumentar a renda, 19% afirmam estão trabalhando como diarista ou lavando roupa, 19% realizam serviços gerais de manutenção e 17% revendem produtos.
90% têm medo em relação à vida financeira
A imensa maioria (90%) das pessoas entrevistadas afirma que possui algum temor quanto a vida financeira em 2022. Os principais medos são não conseguir pagar suas contas (52%, em 2019 era 39%), não ser possível guardar dinheiro (39%), ter que desistir de consumir coisas que gosta (24%) e não conseguir um emprego (24%).
A pesquisa foi realizada pela internet entre os dias 20 e 27 de dezembro de 2021, entrevistando 600 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos e o intervalo de confiança é de 95%.