Em janeiro deste ano o número de famílias paranaenses sem nenhuma condição de pagar as contas caiu de 11,9% para 7,6%, na comparação com o mesmo mês de 2021.
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O número foi divulgado na Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR).
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A mesma pesquisa indicou, entretanto, que o número total de endividados subiu de 89,1% em janeiro de 2021, para 93% em janeiro de 2022.
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Segundo a Fecomércio, a pesquisa foi feita a partir de entrevistas com diversas famílias, principalmente nas capitais. Em Curitiba, pelo menos 500 famílias integraram o estudo.
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Famílias endividadas no Paraná
Mês | Endividadas | Com contas atrasadas | Sem condições de pagar |
Janeiro/2021 | 89,1% | 26,3% | 11,9% |
Janeiro/2022 | 93% | 20,7% | 7,6% |
Apesar do aumento total no número de endividados, houve melhora na condição de pagamento das dívidas: em janeiro de 2021, 26,3% famílias estavam com contas atrasadas. Um ano depois, o número caiu para 20,7%.
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Na avaliação da Fecomércio, esta queda indica que os paranaenses estão arriscando mais nas compras, por estarem mais seguros no emprego e otimistas na carreira.
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Contas a pagar
Em janeiro de 2022, as dívidas mais altas foram as dos cartões de crédito.
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Com isso, segundo o economista Cláudio Shimoyama, as pessoas acabam revendo as prioridades das contas para conseguirem consumir o básico.
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É o caso da diarista Andreia Henrique da Silva, de Curitiba. Ela disse que com a queda dos trabalhos durante a pandemia, teve que rever os gastos dentro de casa.
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“Parou tudo e não tinha como arrumar serviço. No meu caso, eu prefiro comprar comida em primeiro lugar pra depois pagar a luz ou a água. Tem que ter o principal na mesa, o pão de cada dia.”
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O economista Shimoyama explica que o chamado grau de endividamento aumenta na medida em que o consumidor parcela as compras.
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“Essas parcelas a gente precisa administrar, principalmente no cartão de crédito. Agora, o que a gente percebe é que as famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos estão aumentando no endividamento no Paraná, mas também na inadimplência”, analisa o economista.
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