O percentual de brasileiros que se dizem preocupados com a inflação diminuiu em fevereiro deste ano, se comparado ao fim do ano passado. Ainda assim, os números são altos. Em novembro, 84% se diziam preocupados com a inflação. Em fevereiro, o número caiu para 76%.
Os dados são da pesquisa “Global State of the Consumer Tracker”, da Deloitte, com 1.000 consumidores. Os dados indicam que a preocupação sobre cumprir os compromissos financeiros continua elevada. Em novembro, 77% temiam não cobrir as contas do cartão de crédito. Em fevereiro, ficou em 78%. Os dados de janeiro e dezembro não foram divulgados.
Outros números que indicam possível cautela no consumo se referem à preocupação com a poupança, que aumentou para 78% em fevereiro, quando era de 76% em novembro. Já a preocupação em usar o cartão de crédito para esticar as dívidas foram de 27% em novembro para 29% em fevereiro.
De acordo com o levantamento, o avanço da variante Ômicron do coronavírus impactou o comportamento dos consumidores que, embora menos preocupados com a inflação, ainda estão cautelosos quanto aos gastos.
“A gente vinha observando no final de 2021, com o avanço do combate à pandemia, uma retomada dos hábitos de consumo e do sentimento de segurança dos consumidores. As pessoas já estavam mais confortáveis para realizar determinadas atividades que haviam sido abandonadas desde o início do ano anterior. Em 2022 notamos que, o comportamento do consumidor volta a ser mais cauteloso. A pesquisa é um termômetro para as empresas de consumo e serviços entenderem o que pensa e como se comporta o consumidor diante do cenário atual”, destaca Ricardo Balkins, sócio-líder de Consumer da Deloitte.