Custo da cesta básica no Vale do Ivaí sobe 5,62% em fevereiro

cesta básica 10_03_22Em fevereiro de 2022 o custo do conjunto de alimentos essenciais no Vale do Ivaí, denominado de Cesta Básica, subiu 5,62% em relação a janeiro, fechando em R$ 644,52, acumulando no ano uma alta de 11,58%.  Essa pesquisa foi realizada pela equipe econômica da Radio Jandaia, tendo Viviane Machado como pesquisadora responsável.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Dos 13 produtos pesquisados em fevereiro e que compõe a cesta básica, 09 subiram preços e outros 04 não sofreram alterações. Nenhum produto teve redução de preço. A maior alta foi da batata inglesa (+) 58,82%, seguido da farinha de trigo (+) 22,69%, tomate (+) 12,52%, café em pó (+) 10,77%, pão francês (+) 9,52%, feijão (+) 8,24%, leite (+) 6,88%, arroz (+) 5,27% e açúcar refinado (+) 5,21%. Não sofreram alterações em seus preços a carne bovina, a banana nanica, o óleo de soja e a manteiga.

 

Essa mesma pesquisa é realizada em 17 capitais do Brasil e em diversos municípios da região. Em Apucarana, segundo a Unespar, a cesta teve uma alta de 4,64%, fechando em R$ 634,19. Já em Arapongas, o aumento foi de 3,61, totalizando seu custo em R$ 681,71. A cesta de alimentos mais cara entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese, é a de São Paulo, que custa R$ 715,65, seguida pela de Florianópolis R$ 707,56).  Na capital do Estado, Curitiba, a alta foi de 2,57% tendo o seu custo totalizado R$ 652,90.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica no Vale do Ivaí

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que o trabalhador, que ganha salário mínimo, precisa trabalhar para a sua aquisição. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 hs/mês, desde outubro de 1 988).

 

Assim, o trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.212,00), precisou trabalhar 116,69 horas por mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 57,49% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 644,52), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 5.414,62, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,47 vezes o salário em vigor. Essa mesma família gastaria R$ 1.933,56 somente com as despesas com alimentação.