Uma das épocas marcadas pelo aumento do consumo de chocolate estará menos “doce” este ano. Isso porque os ovos de Páscoa e outros itens produzidos a partir do cacau sofrem com a alta do preço do fruto, assim como o aumento dos custos operacionais para produção de chocolates e derivados. O aumento dos combustíveis é um dos vilões para quem costuma encher o carrinho nesta época do ano. Estima-se que os produtos estejam até 15% mais caros em relação ao ano passado.
Com a inflação em nível recorde, a intenção de compra dos brasileiros na Páscoa caiu 6,7% este ano, em relação a 2021, segundo pesquisa realizada pelo Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo).
De acordo com o instituto, a retração reflete também o fim do auxílio emergencial, que impulsionou as projeções no ano passado em relação a 2020. De 2019 a 2020, a queda foi 48,3% por conta da pandemia.
“As necessidades e prioridades das pessoas mudaram, e assumindo que os itens sazonais de Páscoa são supérfluos, podem ser deixados de fora dos orçamentos”, disse Claudio Felisoni de Angelo, presidente do instituto.
Inflação em alta
Na sexta-feira (8), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 1,62% em março, após alta de 1,01% em fevereiro.
Foi a maior taxa para meses de março desde 1994. Ou seja, em 28 anos, antes da implantação do Plano Real. É também a maior inflação mensal desde janeiro 2003 (2,25%).