Poupança perde para a inflação há 19 meses seguidos

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Em março, rentabilidade no acumulado em 12 meses, descontada a variação do IPCA, ficou negativa em -6,20%.

 

A poupança completou 19 meses seguidos de perdas descontando a inflação, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica.

 

Em março, a rentabilidade da poupança no acumulado em 12 meses ficou negativa em -6,20%, descontada a inflação medida pelo IPCA, vindo de uma perda de -6,01% nos 12 meses até fevereiro.

 

Ou seja, quem tem dinheiro na modalidade de investimento mais popular do país, está perdendo poder aquisitivo há mais de 1 ano e meio.

 

Em março, o resultado da inflação veio acima do esperado, com o IPCA atingindo 11,30% em 12 meses, o que colocou em xeque a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário em maio, aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano.

 

Embora ainda seja o ruim, o desempenho da poupança é um pouco mais alentador do que o observado em outubro, quando a rentabilidade real ficou negativa em 7,59%.

 

Qual é a regra da poupança?

Desde o final do ano passado, quando a Selic ultrapassou o percentual de 8,50% ao ano, a rentabilidade da poupança voltou à regra antiga, deixando de pagar 70% da taxa básica de juros e passando a ter rendimento fixo de 6,17% ao ano + TR – o mesmo que já era pago para a chamada “poupança velha” (depósitos feitos até abril de 2012).

 

A regra em vigor é a seguinte:

  • Selic de até 8,5%: rendimento limitado a 70% da Selic + TR para novos depósitos e rendimento de 0,5% ao mês + TR (6,17% ao ano + TR) para depósitos feitos até 2012
  • Selic maior que 8,5%: rendimento fixo de 0,5% ao mês + TR , ou 6,17% ao ano + TR, para depósitos novos e antigos – independente da taxa de juros que estiver em vigor

 

Comparativo de investimentos

Apesar de acumular perdas, o retorno real da poupança em 12 meses ainda superou o de outras aplicações financeiras, segundo o levantamento da Economatica. Veja abaixo:

 

  • CDI: -4,36%
  • Ima-B (títulos públicos indexados ao IPCA): -6,11%
  • Poupança: -6,20%
  • Ibovespa: -7,56%
  • Fundos imobiliários: -12,26%
  • Ouro: – 14,82%
  • Dólar -25,28%
  • Bitcoin -43,25%