Copom eleva taxa Selic para 12,75% ao ano, maior patamar desde 2017, e indica que deverá continuar subindo

inflação seta em alta na corda 05_05_22O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta quarta-feira (4) a taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,75% ao ano. A decisão foi unânime.

 

O aumento de um ponto percentual representa o décimo avanço seguido da taxa básica de juros da economia.

 

Com isso, a Selic atinge o maior patamar em mais de cinco anos. Em janeiro de 2017, a taxa estava em 13% ao ano.

 

O Copom indicou ainda que taxa básica de juros da economia deve continuar em trajetória de alta nos próximos meses.

 

A sinalização contraria as projeções feitas, há poucas semanas, por autoridades e analistas do mercado. Até março, o governo e os investidores trabalhavam com a ideia de que o patamar de 12,75% seria o “teto” da Selic para 2022, interrompendo o ciclo de alta iniciado em 2021.

 

A taxa Selic é uma das principais ferramentas do governo para tentar conter a escalada da inflação. No comunicado divulgado nesta quarta, o Copom diz ser “provável” que haja uma nova elevação da taxa na próxima reunião, marcada para os dias 14 e 15 de junho.

 

A alta de um ponto percentual, nesta quarta, representa o décimo aumento consecutivo da taxa básica de juros da economia e leva a Selic ao maior patamar em mais de cinco anos.

 

Ainda segundo o comunicado, o avanço da taxa previsto pelo comitê em junho deverá ser de “menor magnitude” do que o aumento de maio.

 

“O Copom considera […] apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista”, lê-se no comunicado.

 

Causas da inflação

Ainda no comunicado, o Copom afirmou que a alta da inflação é impulsionada principalmente por dois fatores:

 

  • a elevação de preços difundida no mundo todo, como consequência da pandemia da Covid e da guerra na Ucrânia
  • a “incerteza” dos investidores em relação ao cumprimento, por parte do governo, das regras fiscais do país.

 

Entre as principais normas em vigor para controlar os gastos públicos estão a Lei de Responsabilidade Fiscal e o teto de gastos, elevado pelo governo em 2022 para encaixar o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400.

 

.