Gastos de brasileiros no exterior triplicam e somam US$ 4,78 bilhões até maio, mostra Banco Central

viagens internacionais 29_08_22Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 4,78 bilhões nos cinco primeiros meses deste ano, informou o Banco Central.

 

Com isso, as despesas mais do que triplicaram em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 1,49 bilhão), período marcado pela pandemia da Covid-19.

 

Somente em maio, os gastos no exterior totalizaram US$ 1,1 bilhão, contra US$ 804 milhões em abril.

 

Esse foi o segundo mês, após a melhora das condições sanitárias, em que as despesas no exterior ficaram acima de US$ 1 bilhão, algo também registrado em março deste ano.

 

Os dados costumam ser divulgados a cada mês, mas greve dos servidores do BC, que durou de abril a julho deste ano, atrasou a divulgação.

 

Gastos de turistas estrangeiros no Brasil quase dobra nos primeiros meses do ano

O gasto de turistas estrangeiros no Brasil quase dobrou nos primeiros cinco meses do ano. Dados do Banco Central (Bacen) um crescimento de 91,9% em comparação com o mesmo período do ano passado. Somente no mês de maio, foram deixados US$ 373 milhões no país pelos viajantes internacionais. A alta também foi impulsionada pelos meses de janeiro e março, que totalizaram US$ 421 milhões e US$ 453 milhões respectivamente.

 

A crescente no gasto de turistas estrangeiros no país demonstra a forte retomada que o setor vem tendo desde o fim do ano passado. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), até o mês de maio, o país havia recebido mais de um milhão de estrangeiros. O número de viajantes é o maior desde o início da pandemia, em 2020. A expectativa é de que até o fim do ano 4,2 milhões de turistas estrangeiros adentrem o país.

 

Na mesma linha do aumento de estrangeiros no Brasil, o setor aéreo internacional retornou a sua malha aérea. Em junho de 2022, o Brasil registrou 3.806 chegadas, o equivalente a 1.703,32% a mais de voos em relação a abril de 2020, data de início das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. O acréscimo na conectividade em relação a maio foi de 7,29%, entretanto, na comparação com junho de 2021, o salto foi de 355,36%.

 

 

Pandemia e alta do dólar

Além da pandemia, as despesas de brasileiros lá fora também são influenciadas por outros fatores, como o nível de atividade econômica e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.

 

No meses seguintes ao início da pandemia, em março de 2020, o dólar disparou, e voos para diversos países foram suspensos. As fronteiras internacionais começaram a ser reabertas em 2021.

 

Antes da Covid-19, as despesas geralmente ficavam acima de US$ 1,3 bilhão, podendo superar US$ 2 bilhões em meses de alta temporada.

 

Passagens e despesas com hotéis, por exemplo, são cotadas em moeda estrangeira. Com isso, quando o dólar está alto, os brasileiros acabam gastando mais com esses itens.

 

Nas últimas semanas, a moeda norte-americana tem operado em queda. Na quinta-feira, o dólar fechou em R$ 5,1120. Com o resultado, acumulou queda de 1,07% na semana, e de 1,20% no mês. No ano, tem desvalorização de 8,30% frente ao real.