A taxa de desemprego no Brasil ficou em 9,1% no trimestre encerrado em julho, o que representa um recuo de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em junho, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre até julho, o país tinha 9,9 milhões de desempregados – pessoas de 14 anos ou mais que buscaram emprego, mas não conseguiram encontrar. Isso representa um recuo de 180 mil em relação ao junho. No trimestre anterior encerrado em junho, a taxa estava em 9,3%, e a população desocupada estava em 10,08 milhões.
É o menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015, quando também foi de 9,1%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em junho, a taxa de desemprego estava em 9,3%, atingindo 10,1 milhões de pessoas. Na mínima da série histórica, registrada em 2014, a taxa chegou a 6,5%.
O número é puxado pelo crescimento do número de pessoas sem carteira assinada no setor privado, que bateu o recorde da série histórica e chegou a 13,1 milhões de pessoas. Trabalhadores informais são 39,8% da força de trabalho no país.
O rendimento médio teve crescimento real pela primeira vez em dois anos, chegando a R$ 2.693 no trimestre. De acordo com o instituto, o crescimento foi puxado principalmente por um aumento no rendimento de empregadores, militares e funcionários públicos estatutários. Não houve variação nos demais grupos.
Principais destaques da pesquisa
- Desemprego caiu para 9,1%, menor índice da série desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015
- Número de desempregados recuou para 9,9 milhões de pessoas
- Contingente de pessoas ocupadas bateu recorde, em 98,7 milhões
- População subutilizada caiu para 24,3 milhões de pessoas
- Pessoas fora da força de trabalho caíram para 64,7 milhões de pessoas
- População desalentada (que desistiu de procurar trabalho) caiu para 4,2 milhões
- Taxa de informalidade foi de 39,8% da população ocupada
- Número de trabalhadores informais chegou a 39,3 milhões
- Número de empregados sem carteira assinada no setor privado foi o maior da série (13,1 milhões)
- Número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado subiu para 35,8 milhões
Diferença entre Pnad e Caged
O Ministério do Trabalho divulgou nesta semana os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que mostraram que o país abriu 218,9 mil novas vagas em julho. A pesquisa, porém, abrange apenas contratos regidos pela CLT. São as próprias empresas que preenchem as informações em um sistema próprio.
Já a Pnad do IBGE é mais ampla, e compreende o mercado de trabalho informal. O levantamento é feito com entrevistadores, que perguntam a uma amostra da população sobre sua situação de trabalho.
Metodologia
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.