Desemprego recua para 8,7% no terceiro trimestre, com novo recorde de trabalhadores sem carteira assinada

carteira de trabalho 29_07_22A taxa de desemprego no Brasil recuou para 8,7% no terceiro trimestre deste ano. Esta é a menor taxa desde o trimestre fechado em junho de 2015 (8,4%).

 

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo IBGE.

 

A taxa representa queda de 0,6 ponto percentual na comparação com o trimestre terminado em junho (9,3%) e de 3,9 pontos percentuais frente ao terceiro trimestre de 2021 (12,6%).

 

“A taxa de desocupação segue a trajetória de queda que vem sendo observada nos últimos trimestres. A retração dessa taxa é influenciada pela manutenção do crescimento da população ocupada”, destaca Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad.

 

Segundo o IBGE, o contingente de pessoas ocupadas (99,3 milhões) cresceu 1% (mais 1 milhão) no trimestre e 6,8% (mais 6,3 milhões) no ano, batendo novamente o recorde na série histórica, iniciada em 2012.

 

Já população desocupada (9,5 milhões de pessoas) chegou ao menor nível desde o trimestre terminado em dezembro de 2015, caindo 6,2% (menos 621 mil pessoas) no trimestre e 29,7% (menos 4 milhões) no ano.

 

Crescem os sem carteira e caem os informais

Outro destaque da Pnad Contínua do IBGE é que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado (13,2 milhões de pessoas) foi o maior da série histórica, iniciada em 2012, apresentando estabilidade no trimestre e elevação de 13% (1,5 milhão de pessoas) no ano.

 

Já a taxa de informalidade caiu para 39,4% da população ocupada, contra 40% no trimestre anterior (terminado em junho) e 40,6% no mesmo trimestre de 2021. O número de trabalhadores informais chegou a 39,1 milhões. No trimestre terminado em agosto, a taxa foi de 39,7%, e o número de informais chegou a 39,3 milhões.

 

Principais destaques da pesquisa

  • Desemprego caiu para 8,7%, menor índice da série desde o trimestre encerrado em junho de 2015
  • Número de desempregados recuou para 9,5 milhões de pessoas
  • Contingente de pessoas ocupadas bateu novo recorde: 99,3 milhões
  • População subocupada (por insuficiência de horas trabalhadas) caiu para 6,2 milhões de pessoas
  • Pessoas fora da força de trabalho ficou em 64,7 milhões de pessoas
  • População desalentada (que desistiu de procurar trabalho) ficou em 4,3 milhões
  • Taxa de informalidade foi de 39,4% da população ocupada
  • Número de trabalhadores informais chegou a 39,1 milhões
  • Número de empregados sem carteira assinada foi o maior da série: 13,2 milhões
  • Número de empregados com carteira de trabalho assinada subiu para 36,3 milhões
  • Trabalhadores por conta própria atingiram 25,7 milhões de pessoas
  • Número de trabalhadores domésticos ficou em 5,9 milhões de pessoas
  • Número de empregadores foi de 4,4 milhões de pessoas
  • Nível da ocupação (indicador que mede o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) subiu para 57,2%
  • Rendimento real habitual ficou em R$ 2.737

 

Rendimento médio cresce

O rendimento real habitual cresceu, pela primeira vez desde junho de 2020, tanto na comparação trimestral (3,7%) quanto na anual (2,5%), chegando a R$ 2.737.

 

Segundo a coordenadora da pesquisa, “o crescimento do rendimento real está relacionado à redução da inflação, proporcionando ganhos reais. O rendimento nominal, que não desconta a inflação, já vinha crescendo em 2022, enquanto o real estava registrando queda. Na medida em que há uma retração da inflação, passa-se a ter registros de crescimento no rendimento real”.