Os gastos de brasileiros no exterior somaram US$ 12,18 bilhões em 2022 (equivalente a R$ 60 bilhões), informou nesta quinta-feira (26) o Banco Central.
Com isso, as despesas mais do que dobraram em relação ao ano anterior (US$ 5,25 bilhões), marcado por um período mais forte de restrições por conta da pandemia de Covid.
Apesar da melhora, as despesas de brasileiros lá fora ainda não retomaram um patamar de normalidade.
Em 2019, último ano antes do aparecimento do coronavírus, por exemplo, os gastos somaram mais de US$ 17 bilhões.
A pandemia da Covid-19 ainda não chegou ao fim, mas a expectativa de diretores da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que isso possa ocorrer ainda neste ano.
Dólar e nível de atividade
Além da pandemia, as despesas de brasileiros no exterior também são influenciadas por outros fatores, como o nível de atividade econômica e o preço do dólar, usado nas transações internacionais.
Em 2022, a moeda norte-americana fechou em queda de 5,3%, cotada a R$ 5,2780. Apesar disso, ainda permaneceu bem acima do patamar de 2019 – terminou aquele ano em R$ 4,0098. Nesta quinta-feira, o dólar opera em R$ 5,0899.
O nível de atividade, por sua vez, continuou em alta no ano passado, apesar da desaceleração. Em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5%.
O resultado oficial para 2022 ainda não foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a expectativa do mercado financeiro, em pesquisa feita pelo Banco Central na semana passada, é de uma expansão de cerca de 3% no último ano.
Gastos de estrangeiros no Brasil crescem 68% em 2022
Os estrangeiros que passaram pelo Brasil, por outro lado, tiveram um total de US$ 4,95 bilhões em gastos no ano de 2022, um aumento de 68% em relação aos US$ 2,94 bilhões que entraram no país em 2021, só com viagens.
No mês de dezembro de 2022 os turistas brasileiros gastaram US$ 1,046 bilhão, bem acima da entrada de US$ 471 milhões, proveniente de estrangeiros no país.
— A recuperação está acontecendo quando se compara 2021 com 2022. Na conta de viagens, a despesa líquida triplicou, passou de US$ 2 bi para US$ 7 bi, mas abaixo dos valores dos US$ 10 ou 11 bilhões que víamos antes da pandemia — diz Fernando Rocha, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
As despesas líquidas se referem ao total gasto pelos turistas brasileiros menos o montante gasto pelos estrangeiros. No ano de 2021, esse saldo foi de US$ 2,3 bilhões. Em 2022, o resultado foi de US$ 7,2 bilhões.