O número de sites de e-commerce existentes no Brasil aumentou 17% no último ano, alcançando a marca de 2,2 milhões, em um movimento puxado pelo microempreendedor individual e fomentado pelas demissões em massa nas startups. É o que mostra a nova edição do Perfil do E-commerce Brasileiro, feito anualmente pela empresa de dados BigDataCorp.
Depois de disparar na pandemia — com alta de 40% e 22% nos primeiros dois anos — o ritmo de abertura de lojas desacelerou em 2022, crescendo apenas 4%, voltando a acelerar no ano passado.
— Na pandemia, tinha a questão da crise e da oportunidade. Víamos muita loja física indo para o on-line. Agora o que a gente vê é um crescimento do pequeno empreendedor que não tem loja física — diz Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp.
Ele complementa:
— São pessoas que abrem um comércio virtual para vender 5 a 10 produtos, muitos na área de alimentação, para um público de nicho.
O levantamento mostra que esse novo pequeno empreendedor digital está concentrado nas grandes cidades do Sudeste. Para Thoran, o perfil do novo empreendedor digital coincide com os desligados das empresas de tecnologia.
— Sempre que há uma alta nas demissões, o número de lojas de e-commerce cresce. É similar ao que vemos com o Uber quando aumenta o desemprego. Hoje quem tem o mínimo de conhecimento técnico, que é o perfil das pessoas demitidas nas startups, monta um site com facilidade. A barreira é muito baixa. Enquanto procura um emprego, a pessoa também produz alguma coisa para vender — diz Rodrigues.
Outro movimento que pode ajudar a explicar o crescimento do e-commerce é o home office, uma vez que trabalhando de casa a pessoa pode ter mais flexibilidade para manter um negócio paralelo para complementar a renda.