Custo da cesta básica no Vale do Ivaí sobe 1,0% em março e fecha a R$ 723,93

Em março o custo do conjunto de alimentos essenciais no Vale do Ivaí, denominado de Cesta Básica, subiu 1,0% em relação a fevereiro, fechando em R$ 723,93.  Em relação ao mesmo período do ano passado houve uma alta de 8,06%, quando o custo da cesta estava em R$ 669,94. No ano, a cesta básica acumula uma alta de 3,05%. Essa pesquisa foi realizada pela equipe econômica da Radio Jandaia, tendo Aline da Silva Oliveira como pesquisadora responsável.

 

Não se deve confundir cesta básica com inflação. A primeira, é composta por 13 produtos alimentícios em quantidades suficientes para garantir, durante um mês, o sustento e bem-estar de um trabalhador em idade adulta, e que foram definidos pelo Decreto 399 de 30 de abril de 1938, que continua em vigor. Já a inflação é muito mais abrangente, pois inclui todas as despesas com produtos e serviços que uma família consome durante um mês, incluindo os gastos com alimentação e bebidas, habitação, educação, vestuário, despesas pessoais, saúde e cuidados pessoais, transportes, comunicações e artigos de residência.

 

Dos produtos pesquisados em março e que compõe a cesta básica, 05 subiram preços, 04 tiveram queda e outros 04 não sofreram alterações.

 

Tiveram altas em seus preços o feijão carioca (+) 39,12%, seguido da farinha de trigo (+) 38,80%, tomate (+) 22,25%, manteiga (+) 16,45% e o leite (+) 4,89%.

 

Por outro lado, tiveram quedas em seus preços a batatinha (-) 30,03%, seguido da banana nanica (-) 20,03%, óleo de soja (-) 7,42% e do arroz agulhinha (-) 3,0%.

 

Não sofreram alterações em seus preços a carne bovina, o pão francês, o café em pó e o açúcar refinado.

 

Horas de trabalho para adquirir a Cesta Básica

Conhecido o valor da cesta, é possível efetuar o cálculo das horas que o trabalhador, que ganha salário mínimo, precisa trabalhar para a sua aquisição. Para isso, divide-se o salário mínimo vigente pela jornada de trabalho adotada na Constituição (220 hs/mês, desde outubro de 1 988).

 

Assim, o trabalhador do Vale do Ivaí que ganhou um salário mínimo (R$ 1.412,00), precisou trabalhar 112,79 horas por mês, apenas para adquirir os produtos da cesta básica, consumindo o equivalente a 55,43% de sua renda líquida.

 

Salário Mínimo Necessário

A constituição, promulgada em 5 de outubro de 1988, define o salário mínimo como aquele fixado em lei, capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,… (Constituição Federativa do Brasil, art. 7″ – IV).

 

Para calcular o salário mínimo necessário, considerando o preceito constitucional, e levando-se em conta a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo Dieese, a alimentação representa 35,71% das despesas das famílias. A família considerada para o cálculo é composta por 2 adultos e 2 crianças, que por hipótese, consomem como 1 adulto.

 

Aplicando-se essa metodologia com base no custo da cesta básica no Vale do Ivaí (R$ 723,93), o valor do salário mínimo necessário para que um trabalhador pudesse sustentar sua família deveria ser de R$ 6.081,74, muito distante da realidade e uma utopia para os nossos dias atuais.  O valor é 4,3 vezes o salário em vigor no mês passado, de R$1.412,00. Essa mesma família gastaria R$ 2.171,79 somente com as despesas com alimentação.

 

Custo da cesta básica sobe em 10 capitais em março

Em março, o custo da cesta básica subiu em 10 das 17 capitais brasileiras analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

As maiores elevações foram registradas no Recife (5,81%), Fortaleza (5,66%), Natal (4,49%) e Aracaju (3,90%). Já as reduções mais expressivas foram observadas no Rio de Janeiro (-2,47%), Porto Alegre (-2,43%), Campo Grande (-2,43%) e Belo Horizonte (-2,06%).

 

A cesta mais cara foi encontrada em São Paulo, onde o conjunto dos alimentos básicos custava, em média, R$ 813,26. Em seguida, figuram as cestas do Rio de Janeiro (R$ 812,25), Florianópolis (R$ 791,21) e Porto Alegre (R$ 777,43).

 

Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram anotados em Aracaju (R$ 555,22), João Pessoa (R$ 583,23) e Recife (R$ 592,19).