IMPOSTO X QUALIDADE DE VIDA – arrecadação federal soma R$ 228,9 bilhões em abril, maior valor para o mês em 30 anos, mas a qualidade de vida do brasileiro…..

A arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 228,9 bilhões em abril deste ano, informou nesta terça-feira (21) a Receita Federal.

 

O resultado representa um aumento real de 8,26% na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação somou R$ 211,4 bilhões (valor corrigido pela inflação).

 

Esse também foi a maior arrecadação já registrada para meses de abril desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos.

 

Parcial do ano

Nos quatro primeiros meses de 2024, ainda segundo dados oficiais, a arrecadação federal somou R$ 886,6 bilhões.

 

Em valores corrigidos pela inflação, a arrecadação totalizou R$ 892,2 bilhões de janeiro a abril, o que representa um crescimento real (acima da inflação) de 8,33% em relação ao mesmo período do ano passado quando somou R$ 823,6 bilhões.

 

Nos quatro primeiros meses do ano, a arrecadação também bateu recorde histórico para esse período.

 

Arrecadação x qualidade de vida

A carga de impostos brasileira é de 32% do PIB (Produto Interno Bruto). No entanto, o  IDH é de 0,76, numa contagem que vai de 0 a 1.

 

Quanto mais próximo de zero, menor é o indicador para os quesitos de saúde, educação e renda. Quanto mais próximo de 1, melhores são as condições para esses quesitos.

 

IDH, sigla para Índice de Desenvolvimento Humano, é uma medida de desenvolvimento de um país, que avalia não só os aspectos econômicos mas também sociais, considerando que não é apenas a economia que mede o avanço de uma população. Utilizado como parâmetro mundial, o IDH permite comparar a qualidade de vida de cada país, identificando o seu desenvolvimento socioeconômico e orientando as possíveis medidas a serem tomadas naquilo que se encontra deficiente.

 

Em geral, países com carga tributária alta são justamente os que já atingiram um estado de alto desenvolvimento.

 

Israel e Coreia do Sul também cobram cerca de 32% do PIB em impostos, mas tem um IDH de 0,92 e 0,93, respectivamente.

 

Países com melhor retorno em relação aos impostos: Irlanda (1º lugar), Suíça (2º), EUA (3º), Austrália (4º), Coreia do Sul (5º) —Israel, citado acima, está no 10º lugar.

 

O Brasil está na lanterna, no 30º lugar, desde a criação do índice em 2013.

 

Somos exceção na combinação de IDH baixo e alta carga de impostos. Todos os outros países da lista têm alto IDH, acima de 0,8.

 

Pior que nossos vizinhos. A Argentina até cobra mais impostos que o Brasil (eles têm uma carga tributária de 34%), mas tem uma posição melhor no ranking de retorno (IDH 0,849). Já o Uruguai tem uma carga tributária de 26,5% do PIB e um IDH de 0,83.