Após nove semanas consecutivas de alta, os economistas ouvidos pelo Banco Central interromperam a sequência e diminuíram a previsão da inflação deste ano.
Agora, a previsão é que a inflação alcance 4% neste ano. Na última semana, os economistas previam alta de 4,02%.
O corte na projeção vem depois do resultado positivo para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho. O indicador que mede a inflação apresentou aumento de 0,21% no mês, abaixo das expectativas.
O resultado apresentou uma desaceleração do IPCA, já que o indicador havia fechado maio com alta de 0,46%.
A projeção do mercado financeiro de 4% em 2024 está dentro do intervalo da meta, que é de 3% neste ano, e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% em 2024.
Porém, o mercado manteve a sequência de aumento para 2025 no boletim divulgado nesta segunda-feira (15). A previsão é que 2025 termine com o IPCA de 3,9%, na 11ª semana seguida de alta. Já os índices para 2026 e 2027 permanecem em 3,6% e 3,5%, respectivamente.
Atividade econômica
Os analistas ouvidos pelo Banco Central também aumentaram a estimativa de Produto Interno Bruto (PIB ) para 2024, com um aumento de 2,11% em relação a 2023.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2025 a projeção é de alta de 1,97%, que se manteve estável em relação à última semana.
Dólar
O mercado financeiro elevou a projeção de cotação do dólar ao final de 2024, que deve ficar em R$ 5,22. Foi um aumento de dois centavos em relação à semana anterior.
O dólar vem em alta desde meados de abril, mas atingiu o seu pico no início de julho, ao alcançar R$ 5,70.
Isso ocorreu em meio à incerteza com a situação das contas públicas e declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Lula foi alertado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por integrantes da equipe econômica do governo de que as falas poderiam gerar um aumento da inflação. Diante disso, o presidente recuou, mudou de tom, e passou a dizer que tem compromisso com o controle de gastos.
Juros
A taxa básica de juros da economia, a Selic, também apresentou estabilidade. Ela deve ficar em 10,5% até o final de 2024, segundo as estimativas do mercado.
A Selic é definida pelo Banco Central, e atualmente está no patamar de 10,5%, depois de sete reduções seguidas.
A taxa de juros é a principal fonte de críticas de Lula a Campos Neto. O presidente defende uma redução na Selic, usada como um instrumento de controle da inflação.