Antes das eleições, mais precisamente no dia 25 de setembro, publicamos um artigo onde explicávamos como compreender o cálculo para eleição de vereadores. Como se esperava, muitos leitores reclamaram da complexidade de nossa legislação.
Terminada as eleições o TSE divulgou a votação obtida por cada um dos candidatos e partidos, que ficou assim em Jandaia do Sul:
Partido |
Votos obtidos |
PP |
1.772 |
MDB |
1.499 |
PL |
1.465 |
UNIÃO |
1.419 |
PODE |
1.366 |
CIDADANIA |
1.187 |
PSD |
1.153 |
PDT |
745 |
SOLIDARIEDADE |
689 |
PRD |
499 |
NOVO |
487 |
AGIR |
408 |
TOTAL |
12.689 |
O primeiro cálculo a ser feito é do quociente eleitoral para saber quantos candidatos cada partido elegeu.
QE = nº de votos válidos
nº de vagas a preencher
QE = 12.689 = 1.409,89 – assim o QE foi 1.410
09
Só concorreram as vagas os partidos que obtiveram 1.410 ou mais votos. Apenas o PP. MDB, PL e UNIÃO atingiram essa quantidade. Os demais não atingiram o quociente eleitoral, portanto, não participaram do cálculo.
Para saber quantos candidatos cada partido elegeu pelo chamado quociente partidário (QP), temos que dividir a quantidade de votos que cada partido recebeu, pelo quociente eleitoral. Assim:
PP = 1.772 dividido por 1.410 = 1,2567
MDB = 1.499 dividido por 1.410 = 1,0631
PL = 1.465 dividido por 1.410 = 1,0390
UNIÃO = 1.419 dividido por 1.410 = 1,0064
Observamos que cada um dos partidos elegeu apenas um candidato pelo quociente partidário, que foi o mais votado. Lembrando que cada candidato, para ser eleito, teve fazer, no mínimo, 10% do quociente eleitoral, no caso 141 votos.
Assim, o mais votado do PP foi o Alexandre da Vila Rica com 461 votos. Do MDB o mais votado foi o Marquinhos da Ambulância com 356 votos. O PL elegeu o André Barqueiro com 408 votos e o União o Tadeu Rocco com 395 votos.
Mas como são 09 as vagas a Câmara Municipal e foram eleitos somente 04 candidatos pelo quociente partidário, as demais vagas foram preenchidas pelo cálculo das MÉDIAS, também conhecido como cálculo das sobras.
No cálculo das médias, somente participaram os partidos que tiveram no mínimo 80% do quociente eleitoral, ou seja, receberam, no mínimo, 1.128 votos (80% de 1.410), observando ainda, que neste caso, cada candidato tenha obtido, no mínimo, 282 votos (20% do quociente eleitoral).
Assim, apenas os partidos PODE, Cidadania e PSD participaram do cálculos, se juntando aos quatros primeiros que alcançaram o quociente eleitoral. Os demais, por não terem obtidos o mínimo de 1.128 votos não participam do cálculo. Esses partidos somente iriam participar do cálculo, se as vagas restantes não fossem preenchidas por esse cálculo.
O cálculo das sobras consiste em dividir o número de votos obtidos pelo partido pelo número de vagas conquistadas pelo quociente partidário, mais 01 (a vaga em disputa).
Cálculo da quinta vaga, pela média:
PP = 1.772 dividido por 02 = 886,00
MDB = 1.499 dividido por 02 = 749,50
PL = 1.465 dividido por 02 = 732,50
UNIÃO = 1.419 dividido por 02 = 709,50
PODE = 1.366 dividido por 01 = 1.366
CIDADANIA = 1.187 dividido por 01 = 1.187
PSD = 1.153 dividido por 01 = 1.153
O partido PODE obteve a maior média e elegeu o mais votado, desde que ele tenha tido 282 votos ou mais. No caso, ficou com a quinta vaga o Michel Enfermeiro, que foi o mais votado do partido e teve 474 votos.
Cálculo da sexta vaga
Repetem-se os cálculos, só que agora o partido PODE terá sua votação dividida por 02, já que obteve uma vaga. Assim:
PP = 1.772 dividido por 02 = 886,00
MDB = 1.499 dividido por 02 = 749,50
PL = 1.465 dividido por 02 = 732,50
UNIÃO = 1.419 dividido por 02 = 709,50
PODE = 1.366 dividido por 02 = 683,00
CIDADANIA = 1.187 dividido por 01 = 1.187
PSD = 1.153 dividido por 01 = 1.153
O partido CIDADANIA obteve a maior média e deveria eleger o mais votado. Acontece que o mais votado foi a Célia da Cooperval que teve 265 votos. Precisaria ter, no mínimo, 282 votos (20% do quociente eleitoral). Assim, mesmo o partido tendo tido uma média suficiente para eleger um candidato, não teve candidato com o mínimo de 20% do quociente eleitoral.
Assim, o CIDADANIA ficou excluído dessa etapa e a maior média considerada foi a do PSD que elegeu o Fabiano Goulart que teve 373 votos, acima dos 20% necessários.
Cálculo da sétima vaga:
PP = 1.772 dividido por 02 = 886,00
MDB = 1.499 dividido por 02 = 749,50
PL = 1.465 dividido por 02 = 732,50
UNIÃO = 1.419 dividido por 02 = 709,50
PODE = 1.366 dividido por 02 = 683,00
PSD = 1.153 dividido por 02 = 576,50
Obteve a maior média o PP, que elegeu o segundo mais votado, desde que ele tenha obtido 282 votos ou mais. No caso, o eleito por média foi o Matheus Porrão que obteve 429 votos e ficou com a sétima vaga.
Cálculo da oitava vaga:
PP = 1.772 dividido por 03 = 590,67
MDB = 1.499 dividido por 02 = 749,50
PL = 1.465 dividido por 02 = 732,50
UNIÃO = 1.419 dividido por 02 = 709,50
PODE = 1.366 dividido por 02 = 683,00
PSD = 1.153 dividido por 02 = 576,50
Quem obteve a maior média foi o MDB que elegeu Adriana Jaime que teve 290 votos, acima dos 282 necessários.
Cálculo da nona e última vaga
PP = 1.772 dividido por 03 = 590,67
MDB = 1.499 dividido por 03 = 499,67
PL = 1.465 dividido por 02 = 736,50
União = 1.419 dividido por 02 = 709,50
Pode = 1.366 dividido por 02 = 683,00
PSD = 1.153 dividido por 02 = 576,50
Ficou com a última vaga o PL, que teve a maior média e elegeu o Donizeti Agrônomo, pois foi o segundo mais votado e teve 309 votos (acima dos mínimo de 282 votos).
Assim, os demais partidos só participariam do cálculo, caso não fossem todas as vagas preenchidas. Neste caso seria exigido apenas que o candidato tivesse 10% do quociente eleitoral, no caso 141 votos.
Assim, pela ordem, foram eleitos:
Alexandre da Vila Rica com 461 votos.
Marquinhos da Ambulância com 356 votos.
André Barqueiro com 408 votos
Tadeu Rocco com 395 votos.
Michel Enfermeiro com 474 votos.
Fabiano Goulart com 373 votos
Matheus Porrão com 429 votos
Adriana Jaime com 290 votos
Donizeti Agrônomo com 309 votos