Inflação espalhada: Indicador de difusão do IPCA passa de 56% em setembro para 62% em outubro

Os efeitos do clima e do câmbio sobre os preços não devem dar trégua para inflação neste final de ano e também no início de 2025. A disparada das cotações dos alimentos, em especial da carne bovina por causa da estiagem de setembro, e a desvalorização do real em relação ao dólar – de cerca de 20% acumulada neste ano até outubro – vão continuar provocando estragos nos preços e espalhando a inflação, preveem economistas especializados em preços.

 

Em 12 meses até outubro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a medida oficial de inflação do País, acumula alta de 4,76%, superando o teto da meta de inflação (4,5%). Apesar disso, especialistas não veem a inflação como descontrolada. Mas admitem que o cenário inflacionário é desconfortável e foco de preocupação, tendo em vista o regime de metas de inflação.

 

Em outubro, 62% dos 377 itens que compõem o IPCA registraram alta de preços, segundo o IBGE, o que significa dizer que 234 itens tiveram altas em seus preços.  No mês anterior, o índice de difusão, como é chamado tecnicamente, tinha sido de 56%. No grupo alimentos, a difusão passou de 59% em setembro para 67% em outubro e nos demais itens de 55% para 57%, no mesmo período. “A inflação está mais difusa”, afirma a economista Maria Andreia Parente, técnica de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).