Dez dias depois de assumir oficialmente a presidência do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo deve apresentar hoje uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elencando as razões para a inflação ter ficado acima do teto da meta em 2024.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano passado, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE, ficou em 4,83% acima do teto da meta, que é de 4,5%. A carta também vai mencionar o que fez — e o que fará — o Banco Central para colocar a alta de preços dentro da meta.
O centro da meta é 3% no acumulado entre janeiro e dezembro, com tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%). Assim, com a inflação acima do teto, a lei manda o presidente do BC enviar ao ministro da Fazenda uma carta com explicações.
Atualmente, a Selic (taxa básica de juros) está em 12,25% ao ano, e o BC já indicou duas novas altas de 1 ponto percentual para janeiro e março, levando a taxa para 14,25%, o mesmo patamar do pico da crise do governo Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. A taxa de juros é o principal instrumento do BC para conter a inflação.
Galípolo não foi presidente do BC ao longo de 2024, mas era o diretor de Política Monetária, a principal pasta do órgão, antes de substituir Roberto Campos Neto.