Como a posse de Donald Trump pode afetar a economia brasileira

A posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acontece nesta segunda-feira (20), e já deve trazer consigo uma série de medidas que o republicano vai adotar em seu segundo mandato.

 

Além dos discursos e do cerimonial de troca da Presidência, o dia também terá os primeiros decretos presidenciais, que prometem mudanças relevantes de política econômica dos EUA — e que transbordam efeitos ao redor do planeta, incluindo o Brasil.

 

Trump retorna à Casa Branca com um discurso protecionista, visando favorecer a atividade doméstica e limitar a concorrência estrangeira. Embora setores importantes da economia norte-americana possam se fortalecer, há uma clara pressão inflacionária.

 

Para o Brasil,  as medidas econômicas previstas para o mandato do republicano têm caráter inflacionário e devem causar uma série de efeitos por aqui, principalmente em termos de preços e juros.

 

Entre aquelas de maior impacto estão o aumento de tarifas para produtos importados, a redução de impostos domésticos, o apoio à indústria norte-americana e a oposição a incentivos para a transição energética.

 

Parte dos efeitos, segundo especialistas, viria principalmente das medidas que envolvem as relações comerciais entre o Brasil e os EUA, com impactos diretos e indiretos na inflação e na indústria brasileira.

 

A intenção de Trump, de aumentar as tarifas para produtos importados, pode atingir os exportadores brasileiros. A proposta inicial é impor uma alíquota de 10% a 20% sobre todas as importações, o que afetaria todos os parceiros comerciais dos EUA.

 

Em dezembro, durante sua primeira coletiva de imprensa após a vitória nas eleições de 2024, Trump ameaçou cobrar do Brasil “a mesma coisa” que o país cobra, afirmando que o valor era muito alto.

 

Outro ponto de atenção, segundo especialistas, é a promessa de Trump de reduzir ou limitar os impostos domésticos para incentivar a indústria e a atividade econômica nos EUA.

 

Esse cenário pode reduzir a arrecadação do país e, dependendo de como for implementado, gerar novas preocupações no mercado financeiro sobre a capacidade de os EUA de cumprir com o pagamento de sua dívida.