Quase metade dos consumidores negativados já apostou em bets. Segundo a pesquisa, as casas de apostas virtuais foram utilizadas ao menos uma vez na vida por 46% dos inadimplentes, que já estavam endividados quando começaram a apostar. A prática foi abandonada por 30% dos entrevistados, mas 16% afirmam ainda apostar.
57% dos endividados que já apostaram online só ficaram inadimplentes após ingressarem no mundo das bets. Na tentativa de quitar o endividamento, 44% já recorreram às plataformas de apostas.
Um terço dos apostadores vê as bets como alternativa para renda extra. Para 29% daqueles que ficaram inadimplentes neste ano, as apostas surgiram na tentativa de ganhar dinheiro rápido para pagar ou comprar algo. Outros 32% citam as plataformas como uma forma de aumentar a renda.
Maioria dos inadimplentes relata mais perdas do que ganhos com apostas. De acordo com o estudo, 52% dos entrevistados relatam prejuízo nas plataformas virtuais. No grupo, 20% citam ter sofrido apenas perdas e 32% avaliam que perderam mais do que ganharam. Para 27%, a proporção de ganhos e perdas é semelhante.
Um em cada dez negativados já fez empréstimo para apostas. O número, que reflete outra preocupação dos pesquisadores, é acompanhado da informação de que 13% dos endividados já deixaram de pagar contas para apostar, mesmo percentual dos que admitem ter ficado com a conta no vermelho devido às bets.
Levantamento ouviu 4.463 inadimplentes no mês de outubro. As entrevistas quantitativas foram realizadas pelo instituto Opinion Box com homens e mulheres de todas as faixas etárias. Entre os consultados, 51% pertencem às classes D e E, 35% à classe C, e 14% às classes A e B.
Setor do comércio afirma que bets deixaram 1,3 milhão de brasileiros inadimplentes no primeiro semestre. Um levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) apresentado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na tentativa de derrubar a Lei das Bets diz que o volume de apostas aumentou 9,8 vezes em dois anos e o valor pago em taxas de serviço totalizou R$ 28,4 bilhões nos 12 meses finalizados em junho.