O Banco Central deve elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual nesta quarta pela terceira vez consecutiva, cumprindo o plano de voo traçado em dezembro para tentar controlar o aumento de preços. Com a decisão, amplamente esperada pelo mercado financeiro, os juros básicos devem subir de 13,25% para 14,25% ao ano, alcançando o mesmo nível da crise do governo de Dilma Rousseff, entre 2015 e 2016. É o maior patamar desde outubro de 2016.
A dúvida que resta para o Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana fica por conta das próximas decisões de juros, mas os economistas ouvidos avaliam que o BC deve deixar os passos seguintes em aberto, à espera de uma visão mais clara da economia à medida que o ciclo de alta de juros vai se aproximando do fim.
No Copom de janeiro, o BC sinalizou um novo aumento de 1 ponto percentual para o encontro deste mês “diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação”. O choque de juros, com três altas seguidas de 1 ponto, já havia sido acertado no último encontro do colegiado de 2024.
Atualmente, o IPCA – índice oficial de inflação – está em 5,06% em 12 meses, muito acima da meta de 3,0%, e as projeções do BC não apontam ainda para uma convergência. São de 5,2% para o fim deste ano e 4,0% no terceiro trimestre de 2026, horizonte que atualmente a autoridade monetária foca seus esforços para colocar a inflação na meta.
Após a divulgação do PIB do quarto trimestre, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, foi cauteloso sobre a desaceleração da atividade. Ele reconheceu que o desempenho foi mais fraco do que o esperado, mas disse que era difícil concluir se realmente há uma tendência de enfraquecimento econômico.