O presidente americano Donald Trump anunciou no início da tarde desta quarta-feira uma pausa de 90 dias na cobrança de tarifas em todos os países que não retaliaram na guerra comercial iniciada por ele mesmo. A medida não vale para a China, que agora passará a ter uma “dose extra” de tarifas, com a taxa aplicada sobre os produtos chineses que entram nos EUA subindo dos atuais 104% para 125%.
Na mesma publicação, o líder norte-americano anunciou que irá reduzir para 10% as taxas recíprocas a outros países, pelo prazo de 90 dias. Ele se referiu à decisão como uma “pausa” no tarifaço detalhado na quarta-feira da semana passada (2), que resultou na escalada da guerra comercial global.
Mais tarde, o presidente americano afirmou que haverá negociação sobre tarifas com Pequim e com “todos” os demais países: “Um acordo será alcançado com a China”. A afirmação indicou sua expectativa de que o governo chinês busque a mesa de negociação. Ele afirmou que a China quer negociar, “mas não sabe como fazer”.
Na tentativa de se abrir negociações, a União Europeia suspenderá por 90 dias suas primeiras contramedidas contra as tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em um comunicado no X.
“Tomamos nota do anúncio feito pelo presidente Trump. Queremos dar uma chance às negociações. Enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE que tiveram forte apoio de nossos Estados-membros, nós as colocaremos em espera por 90 dias”, disse ela.
Trump manteve a pressão sobre a China, a segunda maior economia do mundo e o segundo maior fornecedor de importações dos EUA, com um aumento das tarifas sobre as importações chinesas para 125% em relação ao nível de 104% que entrou em vigor na quarta-feira.
A reversão de Trump sobre as tarifas impostas a outros países também não é absoluta. Uma tarifa geral de 10% sobre quase todas as importações dos EUA permanecerá em vigor, informou a Casa Branca. O anúncio também não parece afetar as tarifas sobre automóveis, aço e alumínio que já estão em vigor.
A pausa também não se aplica às tarifas pagas pelo Canadá e pelo México, porque seus produtos ainda estão sujeitos a taxas de 25% relacionadas ao fentanil se não estiverem em conformidade com as regras de origem do acordo comercial entre os EUA, México e Canadá.