A caderneta de poupança voltou a registrar saques líquidos em abril. A saída líquida, quando há um valor maior de saques do que de depósitos, totalizou R$ 6,418 bilhões no mês, informou o Banco Central nesta sexta-feira (9).
Foi o quarto mês seguido de saques, e no acumulado do ano a retirada de recursos das cadernetas de poupança superou o nível de depósitos em R$ 52,110 bilhões.
Os R$ 52,1 bilhões de retirada líquida são maiores do que o registrado no mesmo período do ano passado – quando houve a saída de R$ 23,8 bilhões da modalidade.
No mesmo período de 2023, a retirada foi maior que a atual: R$ 57,5 bilhões de janeiro a abril.
Veja a evasão de recursos da poupança mês a mês neste ano:
- janeiro: R$ 26,22 bilhões;
- fevereiro: R$ 8 bilhões;
- março: R$ 11,45 bilhões;
- abril: R$ 6,41 bilhões.
Mercado imobiliário
A retirada de recursos da caderneta de poupança afeta o financiamento imobiliário, pois a modalidade serve de base (funding) para os empréstimos para compra da casa própria.
Em abril, o Banco Central informou que há um “consenso no mercado” de que o atual modelo de financiamento à casa própria, com base na poupança, está se esgotando.
Por isso, informou a instituição, serão buscadas alternativas à poupança e, também, será feito um debate para saber quais características devem ter os contratos com a mudança do chamado “funding”— que tende a ser mais volátil (instável).