Brasileiros têm R$ 10,6 bi esquecidos em bancos e instituições financeiras

O Banco Central informou nesta terça-feira (12) que ainda existem, nas instituições financeiras, R$ 10,56 bilhões em “recursos esquecidos” pelos clientes. O balanço considera valores contabilizados até junho.

 

Deste total:

  • R$ 8,03 bilhões são recursos de 48,2 milhões de pessoas físicas;
  • R$ 2,53 bilhões são valores de 4,43 milhões de empresas.

 

O sistema do BC permite consultar se pessoas físicas (inclusive falecidas) e empresas deixaram valores para trás em bancos, consórcios ou outras instituições.

 

Mais da metade dos valores (R$ 5,9 bilhões) foi esquecida em bancos. Na sequência, aparecem as administradoras de consórcios (R$ 3,3 bilhões), as cooperativas (R$ 817,5 milhões), as instituições de pagamento (R$ 332,2 milhões), as financeiras (R$ 185,4 milhões), as corretoras e distribuidoras (R$ 31,9 milhões) e outras instituições (R$ 10,1 milhões).

 

Quase dois terços dos valores (64,6%) somam até R$ 10. Na sequência, aparecem os montantes entre R$ 10,01 e R$ 100 (23,97%) e de R$ 100,01 a R$ 1.000 (9,67%). Somente 1,76% daqueles com dinheiro esquecido podem resgatar mais de R$ 1.000.

 

Brasileiros já resgataram mais de R$ 11 bilhões do sistema. O total foi recuperado por 28,9 milhões de pessoas físicas (R$ 8,14 bilhões) e 2,9 milhões de pessoas jurídicas (R$ 2,9 bilhões). Somente em junho, foram devolvidos R$ 318,4 milhões.

 

Não há prazo para consultar e resgatar os valores. O período deveria se encerrar em 16 de outubro de 2024, mas o Ministério da Fazenda decidiu que não deveria limitar a retirada de valores esquecidos em instituições financeiras.

 

Como sacar?

  1. A consulta é feita pela internet. Basta acessar o site oficial do sistema, informar seu CPF, data de nascimento e clicar em “consultar”.
  2. Para pedir o resgate, é preciso entrar no sistema por meio de uma conta gov.br. O resgate é autorizado para aqueles com uma conta de nível prata ou ouro. Se você precisar subir de nível, aumente o nível de segurança no site ou no aplicativo gov.br. Não deixe para criar a conta ou ajustar o nível no dia de agendar o resgate;
  3. Leia e aceite o termo de responsabilidade;
  4. Verifique o valor a receber e a instituição que vai devolver. Dependendo do caso, o sistema poderá fornecer informações adicionais.
  5. Clique em uma das opções indicadas pelo sistema. Na opção “Solicitar por aqui”, a devolução será via Pix em até 12 dias úteis. Depois de informar os dados pessoais, basta anotar o número de protocolo para entrar em contato com a instituição se necessário.
  6. Já a opção “Solicitar via instituição” é para quem não tem Pix. Nesse caso, é necessário entrar em contato com a instituição financeira para combinar a forma de saque pelos canais de atendimento que aparecerão no aplicativo.

 

De onde vem o dinheiro?

  • Tarifas cobradas indevidamente;
  • Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução;
  • Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
  • Contas correntes ou poupança encerradas com saldo disponível;
  • Contas de pagamento pré-pagas e pós-pagas encerradas com saldo disponível;
  • Parcelas ou obrigações relativas a operações de crédito cobradas indevidamente;
  • Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de beneficiários de cooperativas de crédito;
  • Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível.

 

Cuidado com golpes

  • O único site para consultar é o https://valoresareceber.bcb.gov.br;
  • Não clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram;
  • Somente a instituição que aparece no SVR pode fazer contato com o interessado. Ela nunca pedirá sua senha;
  • Todos os serviços são gratuitos. Não faça qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores;
  • O BC não envia links, nem entra em contato para tratar de valores ou confirmar dados pessoais.