Com mais de 400 mil armas nas mãos de civis, o Paraná é um dos estados mais armados do Brasil. É o que revela levantamento exclusivo do Bem Paraná, feito com base em dados da Polícia Federal, disponíveis através do Sistema Nacional de Armas (SINARM).
No estado, há 151,5 mil registros nas mãos de CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores) e outros 252,5 mil com outros civis (cidadãos comuns e servidores públicos que comprovem a necessidade de uso para defesa pessoal).
Brasil
De acordo com os dados oficiais, até setembro deste ano havia, em todo o Brasil, 4,5 milhões de registros de arma.
A exemplo do que ocorre no caso paranaense, a maioria desse armamento (2,94 milhões de registros) está nas mãos de pessoas que têm com justificativa para a concessão o uso para defesa pessoal.
Os CACs, por sua vez, são 1,57 milhão. Isso significa que há 2,11 armas nas mãos de civis para cada 100 habitantes no país.
Paraná e outros estados
No Paraná, contudo, a proporção de armas fica consideravelmente acima da média nacional. São 404.063 armas registradas, sendo 252.575 para defesa pessoal e outras 151.488 com CACs. Com uma população de 11,89 milhões de pessoas, então, o estado registra uma taxa de 3,4 armas com civis para cada 100 habitantes – valor 61% superior à taxa brasileira.
Entre todas as unidades da federação, o Paraná é o terceiro estado com mais armas, em número absoluto. Fica atrás apenas de São Paulo (918.028 registros), Rio Grande do Sul (728.105) e Minas Gerais (405.525). Santa Catarina vem logo atrás, com 321.729.
Já em termos proporcionais, os paranaenses são a sexta população mais armada do país. O ranking é liderado por Rio Grande do Sul (6,48 armas para cada 100 habitantes), Acre (6,02), Rondônia (4,4), Santa Catarina (3,93) e Mato Grosso (3,9). Na outra ponta, Bahia (0,69), Maranhão (0,74), Ceará (0,84), Piauí (0,89) e Sergipe (0,89) são os estados com menos armas por 100 habitantes.
Dados unificados
Até recentemente, a Polícia Federal era responsável por manter os registros de armas para defesa pessoal, enquanto o Exército era quem controlava as informações sobre as armas dos CACs. Isso mudou em julho último, quando a PF passou a ser responsável por um sistema único de controle. Definiu-se essa unificação dos sistemas policial e do Exército em um acordo entre os ministérios da Justiça e da Defesa, após um decreto de julho de 2023.