Horário de Verão vai ou não ser adotado em 2025?

Os dias mais quentes, causados pela chegada da Primavera, o assunto horário de verão, suspenso em 2019, volta às rodas de discussões. Mas afinal, neste ano o Governo Federal vai ou não adotar o sistema? Medida controversas – há os que odeiam e os que amam -, a informação oficial é de que ainda não se tem decisão sobre o assunto, mas o Operador Nacional do Sistema (ONS) aponta a sua possibilidade no Plano de Operação Energética de 2025.

 

Com alta no consumo apontada pelos estudos, o horário de verão pode ser uma alternativa para aliviar a demanda nos momentos de maior consumo, especialmente ao anoitecer, quando o uso de energia dispara e a produção solar e eólica diminui. A ideia é simples: adiantar os relógios para aproveitar melhor a luz natural e, com isso, reduzir a demanda nos horários de pico.

 

Análises recentes da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), divulgadas no Plano de Operação Energética de 2025 (PEN 2025), apontam para uma recomendação da volta dos ajustes no relógio. O documento avalia as condições de suprimento de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) entre 2025 e 2029.

 

A falta de potência na geração de energia é o principal motivo apontado para reavaliação. Existe uma sobrecarga nos horários de maior consumo de energia, geralmente entre 18h e 21h. O horário de verão pode garantir uma folga de até 2 GW (gigawatts) de potência ao SIN (Sistema Interligado Nacional), segundo alerta da ONS.

 

A decisão final caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso seja adotado, o horário de verão deve vigorar entre os meses de outubro e fevereiro, ainda sem datas definidas.

 

O horário de verão foi suspenso em 2019, no governo de Jair Bolsonaro. Naquele ano, estudos indicaram que o gasto energético havia diminuído com a mudança nos padrões de consumo da população.

 

Benefícios do horário de verão

O retorno do horário de verão poderia trazer efeitos positivos diretos no sistema elétrico. Um deles é a redução da necessidade de acionar usinas térmicas, que são caras e poluentes. Além disso, a medida ajudaria a preservar os reservatórios das hidrelétricas, ainda mais importantes em períodos de seca.

 

Especialistas defendem que, ao deslocar parte do consumo para horários com maior presença de sol, o Brasil ganharia em eficiência energética e diminuiria custos de operação.

 

Por outro lado, o cenário atual é diferente de anos atrás. O crescimento da geração por fontes renováveis, como a solar e a eólica, trouxe ganhos, mas também desafios. Essas fontes são intermitentes e não conseguem suprir toda a demanda noturna, quando o consumo dispara em residências e comércios.