É uma temporada sombria de colheita para os produtores de soja dos Estados Unidos, com preços próximos aos níveis mais baixos em vários anos e nenhuma carga vendida para a China. Agora, outra ameaça se aproxima à medida que os produtores brasileiros se preparam para expandir o plantio e possivelmente inundar o mercado.
Espera-se que o Brasil aumente a área cultivada em 3,7% nesta temporada e semeie mais 1,7 milhão de hectares, segundo o Conab. Esse é o maior aumento percentual em três anos. Se as condições climáticas permanecerem favoráveis, o país produzirá um recorde de 177,7 milhões de toneladas métricas da oleaginosa.
Este é o mais recente desafio para os produtores americanos, que veem o Brasil como seu principal concorrente. O maior comprador, a China, já tem evitado compras americanas em favor de suprimentos do Brasil, enquanto as tensões comerciais entre Pequim e Washington se prolongam. A perspectiva de outra grande safra brasileira reduz ainda mais a necessidade de processadores chineses comprarem soja dos EUA.
“Com a guerra comercial entre EUA e China, o Brasil exportou muito mais soja, e isso incentiva os produtores a expandir a área”, disse Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado.