Brasil cria 147 mil empregos formais em agosto; queda de 38% frente ao mesmo mês de 2024

O Brasil criou 147.358 novos postos de emprego em agosto, resultado de 2.239.895 admissões e 2.092.537 desligamentos. Os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referem-se ao Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e fortalecem a percepção de uma desaceleração na criação de vagas.

 

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o resultado mostra desaceleração do mercado de trabalho formal. “Cresce menos, mas continua crescendo”, afirmou.

 

Segundo ele, há um pequeno impacto do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em setores do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, como nas empresas de calçados e de madeira.

 

“Mas o impacto maior é dos juros”, concluiu o ministro, que tem reclamado do patamar da taxa básica de juros, definida pelo Banco Central, em 15% ao ano, a mais alta em quase 20 anos.

 

Agropecuária é o único setor com fechamento de empregos

No mês, quase todos os setores monitorados tiveram saldo positivo na criação de empregos, com exceção da agropecuária que fechou 2.665 postos. Nas demais, o crescimento ocorreu conforme segue:

  • Serviços: +81.002 postos.
  • Comércio: +32.612 postos.
  • Indústria: +19.098 postos.
  • Construção: +17.328 postos.

 

Em relação à distribuição, São Paulo liderou a criação de empregos com 45.450 postos (+0,31%); seguido por Rio de Janeiro com 16.128 postos (+0,41%) e Pernambuco com 12.692 postos (+0,82%).

 

Na outra ponta, o pior saldo foi registrado no Rio Grande do Sul, com fechamento de 1.648 postos (-0,06%). O estado voltou a sofrer com enchentes, apesar de menores do que a grande inundação no primeiro semestre. Depois, aparece Roraima com fechamento de 262 postos (-0,31%) e Santa Catarina, com saldo positivo de apenas 315 postos (+0,01%).

 

Parcial do ano

De acordo com o Ministério do Trabalho, 1,5 milhão de empregos formais foram criados no país de janeiro a agosto deste ano.

 

O número representa queda de 13,8% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram abertas 1,74 milhão de vagas com carteira assinada.

 

Essa foi a menor geração de empregos para os seis primeiros meses de um ano desde 2023, quando foram abertas 1,39 milhão de vagas formais.

 

  • Ao fim de agosto de 2025, ainda conforme os dados oficiais, o Brasil tinha saldo de 48,68 milhões de empregos com carteira assinada.
  • O resultado representa aumento na comparação com julho deste ano (48,55 milhões) e com relação a agosto de 2024 (47,35 milhões).

 

Caged x Pnad

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.

 

Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).

 

Segundo dados oficiais, a taxa de desemprego no Brasil foi de 5,6% no trimestre encerrado em julho. De acordo com o IBGE, essa foi a menor taxa da série histórica iniciada em 2012.