Banco Central mantém taxa básica de juros em 15%, maior nível em quase 20 anos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu nesta quarta-feira (05) manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 15% ao ano, e pregou uma manutenção da taxa nesse nível por período bastante prolongado para atingir a meta de inflação, sem apresentar sinalização sobre possíveis cortes à frente.  A decisão foi unânime.

 

​”O ambiente externo ainda se mantém incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário exige particular cautela por parte de países emergentes em ambiente marcado por tensão geopolítica”, diz nota do BC após a decisão do Copom.

 

🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

 

Esse é o maior patamar em quase 20 anos – em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a Selic estava em 15,25% ao ano.

 

“O Comitê segue acompanhando os anúncios referentes à imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, e como os desenvolvimentos da política fiscal doméstica impactam a política monetária e os ativos financeiros, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza”, diz o texto.

 

Nos últimos comunicados, o Comitê havia informado que a taxa será mantida nesse patamar por um “período bastante prolongado” de tempo.

 

A Selic está em 15% desde o fim de junho. Portanto, são três reuniões seguidas em que o Banco Central decide manter a taxa nesse nível.

 

O Copom é formado pelo presidente do Banco Central e por oito diretores da autarquia.

 

Em 2025, os diretores indicados pelo presidente Lula formaram maioria no colegiado, ou seja, eles são responsáveis diretamente pela decisão tomada.