Nesta época de final de ano, é um dos momentos em que os cristãos intensificam suas as orações, para comemorar o nascimento do Senhor. Uma das personagens mais importantes nesta festa é a figura de sua mãe, Nossa Senhora.
A ela, os cristãos, especialmente os católicos, dedicam uma das orações mais populares: a Ave-Maria. É muito mais que uma oração. É um poema. Por isso, em vez de dizermos que vamos rezar, o mais correto seria que vamos recitar a oração da Ave-Maria.
Mas sabemos exatamente como surgiu esta oração, este poema? Uma parte dela vem da Bíblia e é composta de diversas etapas, todas de uma grande simbologia.
A primeira frase desta oração vem da saudação do anjo Gabriel a Maria, quando veio anunciar que ela daria à luz o Filho de Deus, conforme consta do evangelho de Lucas 1,28, que proferiu “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo”.
A frase seguinte também está na Bíblia (Lucas 1,42), tendo sido proferida por sua prima Isabel. Maria, que já estava grávida de Jesus, foi visitá-la, que também estava grávida daquele que seria o precursor, João Batista. Assim que Maria entrou na casa e saudou Isabel, João Batista pulou de alegria em seu ventre e ela exclamou: “Bendita és entre as mulheres e bendito o fruto de teu ventre”.
Assim ao proferirmos esta oração, após a primeira frase, devemos dar uma pequena pausa (um respiro mais profundo), e recitar a segunda frase, pois são momentos distintos na vida de Maria.
No século V, acrescentou-se a segunda parte da Ave-Maria (“Santa Maria, Mãe de Deus…”).
No ano 428, em Constantinopla (atual Istambul, Turquia), capital do império bizantino, um padre chamado Anastácio, pregando diante do bispo Nestório, disse: “Que ninguém chame Maria de Mãe de Deus, porque Maria pertencia à raça humana, e é impossível que de uma criatura humana tenha podido nascer um Deus.
O povo ficou espantado e pediu ao Patriarca Nestório uma explicação. Nestório confirmou a pregação do padre e disse que era coisa de pagão dar mãe aos deuses. Dizia Nestório que “Deus, puro espírito, não pode ter sido gerado por uma mulher; a criatura não pode gerar o Criador”.
Para acabar com qualquer duvida, o Papa Celestino I convocou o Concilio de Éfeso, no qual os Bispos Conciliares condenaram a heresia de Anastácio e Nestório, estabelecendo que sendo Jesus verdadeiramente Deus e verdadeiro Homem, nada mais justo do que proclamar que Maria era Mãe de Deus. Que Jesus Cristo é uma só pessoa, e que Maria é a mãe dessa pessoa. Esta pessoa é o filho de Deus, que é Deus como o Pai e o Espírito Santo.
Negar que Maria seja a Mãe de Deus, seria o que mesmo que negar a Santíssima Trindade, pois é dogma da Igreja que ela, a Santíssima Trindade, é composta por três entidades que formam um só Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.
Alem disso, estabeleceu-se neste Concílio que Maria é a nossa maior Intercessora junto à Deus, em qualquer momento de nossa vida.
Assim quando recitarmos a segunda parte da oração, após reconhecemos que Maria é a Mãe de Deus, deve-se dar uma pequena pausa (um respiro mais profundo) para pedirmos que rogue por nós os pecadores.
Assim:
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco (pequena pausa).
Bendita sóis vós entre as mulheres, Bendito é o fruto de vosso ventre, Jesus (uma pausa um pouco maior).
Santa Maria, Mãe de Deus (pequena pausa),
Rogai por nós pecadores,
Agora e na hora de nossa morte.
Amém.