Os economistas do mercado financeiro, ouvidos pelo relatório Focus, do Banco Central, reduziram a estimativa de inflação para 2022 de 7,54% para 7,30%. Esta foi a quarta queda seguida do indicador.
Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras, e divulgados nesta segunda-feira (25).
Em 2022, a meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%. Mesmo com a queda, a previsão do mercado segue acima do teto da meta.
O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
A redução da estimativa de inflação coincide com o corte de impostos cobrados sobre itens essenciais, como combustíveis e energia elétrica, que têm peso importante na composição do IPCA, além de afetarem indiretamente o preço de diversos produtos.
A diminuição de impostos foi uma estratégia do governo e do Congresso para tentar segurar os preços neste ano eleitoral. Entretanto, apesar de reduzir o IPCA neste ano, as medidas pressionam os preços em 2023 – aumentando a possibilidade de estouro da meta de inflação.
Para o próximo ano, a meta central de inflação foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Para o próximo ano, o mercado financeiro elevou, na semana passada, de 5,20% para 5,30% a estimativa de inflação (o que representará, se confirmado, novo descumprimento da meta de inflação).
Produto Interno Bruto
O mercado financeiro também passou a prever um alta maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas reduziu levemente a expectativa de crescimento para o próximo ano.
A previsão dos economistas dos bancos é que a economia brasileira cresça 1,93% em 2022, contra 1,75% previsto anteriormente. Já para 2023, a previsão de alta alta passou de 0,50% para 0,49%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 13,75% ao ano para o fim de 2022.
Atualmente, a taxa Selic está em 13,25% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por definir a taxa, sinalizou uma nova alta em agosto, para 13,5% ou 13,75%. O Copom também vem sinalizando de que os juros vão se manter altos por um período significativo.
Já para o fechamento de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic permaneceu estável em 10,75% ao ano. Deste modo, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.
Outras estimativas
- Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2022 subiu de R$ 5,13 para R$ 5,20. Para 2023, avançou de R$ 5,10 para R$ 5,20.
- Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção subiu de US$ 68,18 bilhões para US$ 68,50 bilhões de resultado positivo em 2022. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado ficou estável em US$ 60 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano subiu de US$ 57,20 bilhões para US$ 57,85 bilhões. Para 2023, a estimativa subiu de US$ 60,50 bilhões para US$ 60,75 bilhões de ingresso.