Os casos de envenenamento recentes, envolvendo uso de arsênio em bolo e inseticida na ceia, acederam um alerta no Brasil. Em 10 anos, 45.511 vítimas de envenenamento foram atendidas em emergências na rede pública. O Paraná, com 3.764 casos lidera no Sul, que tem o segundo maior número de casos por região.
O Sudeste concentra quase metade dos casos, com mais de 19 mil ocorrências em 10 anos. O estado de São Paulo responde, sozinho, por 10.161 registros, seguido por Minas Gerais (6.154).
O Sul aparece em segundo lugar, com 9.630 atendimentos — sendo o Paraná (3.764) e o Rio Grande do Sul (3.278 mil) os estados mais afetados.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede).
Envenenamentos propositais
O levantamento mostra que, além de envenenamentos classificados como acidentais ou indeterminados, 3.461 pacientes internados via Sistema Único de Saúde (SUS) sofreram intoxicação proposital causada por terceiros.
Com base na série histórica, o país registrou média de 4.551 casos de envenenamento ao ano no período entre 2009 e 2024.
“Esse índice fica em torno de 379 registros ao mês e 12,6 ao dia. Isso significa que, a cada duas horas, uma pessoa deu entrada numa emergência da rede pública em consequência de ingestão de substâncias tóxicas ou que causaram reações graves dentro do período analisado”, alertou a Abramede, em nota.
No comunicado, a entidade reforça a relevância de médicos emergencistas em situações críticas, incluindo casos de envenenamento, e alerta para a facilidade de acesso a venenos, para a falta de fiscalização e de regulamentação, para a impunidade e para o uso em contextos íntimos – muitas vezes, com motivações emocionais.