As profissões com os piores salários no Brasil; professor de pré-escola lidera a lista

Professores do ensino pré-escolar são os profissionais com ensino superior pior remunerados no Brasil, aponta um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

 

O estudo foi feito pela economista e pesquisadora Janaína Feijó, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados no 2º trimestre de 2023 em todo o país.

 

O levantamento da FGV analisou as informações de pessoas que trabalham em empresas privadas, em ocupações que exigem ensino superior. A partir disso, listou as profissões citadas com maiores e menores salários no país.

 

O rendimento médio dos professores de pré-escola, segundo a pesquisa, é de R$ 2.285 mensais. Na sequência, aparecem outros profissionais de ensino, com salários de R$ 2.554, além de professores de artes, de música e do ensino fundamental.

 

Outras profissões que estão na lista de piores salários são: físicos e astrônomos, assistentes sociais, bibliotecários e fonoaudiólogos.

 

Já o ranking das ocupações mais bem pagas inclui médicos especialistas, com salários de mais de R$ 18 mil; matemático; geólogo; engenheiro mecânico e desenvolvedor de software.

 

Valorização salarial

A pesquisadora da FGV também analisou os salários dessas profissões da lista em relação a 2012.

 

O estudo mostrou que o rendimento médio dos professores apresentou um crescimento real ao longo da última década, mas que a profissão continua sendo mal remunerada.

 

“Embora a gente veja esforços de desenvolver piso salarial, essas profissões ainda estão bem longe do rendimento médio das bem pagas”, afirma Feijó.

 

O salário dos médicos especialistas, por sua vez, apesar de ser o maior da lista, caiu 13% nos últimos anos.

 

Já os desenvolvedores de páginas de internet e multimídia tiveram a maior valorização salarial neste período, apresentando um rendimento médio 91% maior do que há 10 anos.

 

Para a pesquisadora, esse crescimento é natural devido ao desenvolvimento tecnológico da sociedade, mas também teve um grande impacto da pandemia de coronavírus.

 

“Na pandemia, as pessoas tiveram que utilizar a tecnologia para comprar produtos, desenvolver suas atividades, e isso gerou uma pressão muito grande nesse setor para que as empresas tornassem suas ferramentas de trabalho mais tecnológicas”, afirma.