Banco Central deve manter Selic após 10 meses subindo juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil conclui nesta  quarta-feira (30) sua reunião, e deve optar por interromper o processo de alta da taxa básica de juros da economia, a Selic – foram sete aumentos seguidos.

 

Com base em indicações do próprio BC, o mercado financeiro acredita que a taxa será mantida no atual nível de 15% ao ano — o maior em quase 20 anos. A decisão do Copom será anunciada após as 18h.

 

A expectativa dos economistas do mercado financeiro é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026.

 

“Em relação à decisão, a manutenção é amplamente esperada. Com isso, o foco do mercado se volta ao comunicado. Sem surpresas, a nossa expectativa é de que o Comitê mantenha um tom firme, reforçando seu compromisso com o controle da inflação e a preservação da sua credibilidade”, avaliou o economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung.

 

A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.

 

Efeitos dos juros altos

De acordo com especialistas, uma taxa de juros maior no Brasil tende a ter algumas consequências na economia. Veja abaixo algumas delas:

 

▶️ Reflexo nos juros bancários: a tendência é que a alta da Selic influencie as taxas cobradas dos clientes bancários. Em junho deste ano, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas somou 45,4%, o maior nível desde agosto de 2017, ou seja, em quase oito anos.

▶️Crescimento da economia: com juros mais altos, a expectativa é de um comportamento mais contido do consumo da população e, também, de mais dificuldades nos investimentos produtivos. Isso deve causar um impacto negativo no Produto Interno Bruto (PIB), no emprego e na renda.

▶️ Piora das contas públicas: juros mais altos também desfavorecem as contas públicas, pois aumentam as despesas com juros da dívida pública. Em doze meses até maio, a despesa com juros do setor público somou R$ 946 bilhões (7,8% do PIB), impulsionando o endividamento brasileiro.

▶️Impacto nas aplicações financeiras: investimentos em renda fixa, como no Tesouro Direto e em debêntures, porém, teriam um rendimento maior, com o passar do tempo, do que seria registrado com juros mais baixos. Isso diminui a atratividade do mercado acionário.