O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avaliou nesta terça-feira (10) que a inflação ao consumidor continua se revelando “persistente”. A instituição também indicou uma nova alta nos juros e prevê uma retomada robusta da atividade econômica.
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A avaliação consta na ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando a taxa básica de juros da economia avançou de 4,25% para 5,25% ao ano, em linha com as expectativas do mercado financeiro.
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Com relação à inflação, o BC prevê que a piora recente dos índices nos preços contém “componentes inerciais” (tendência natural de continuar subindo) — que poderiam provocar uma piora adicional das expectativas de inflação.
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Ainda, de acordo com o Banco Central, as últimas informações divulgadas mostram “composição mais desfavorável” para a inflação. Nos primeiros meses deste ano, a inflação avançou, principalmente, por conta da alta no preço dos alimentos e dos combustíveis.
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Mais recentemente, porém, a instituição identificou elevações adicionais decorrentes da bandeira tarifária de energia e de os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de “condições climáticas adversas”. “Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, acrescentou.
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Segundo o Copom, a reabertura do setor de serviços por conta do distanciamento menor da população, em meio ao avanço da vacinação, também tem gerado uma percepção de “piora recente em componentes inerciais dos índices de preços” que poderiam pressionar ainda mais a inflação.
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Com base nesse cenário, o BC estimou que a inflação ficará em torno de 6,5% para 2021 (acima do teto de 5,25%), 3,5% para 2022 e 3,2% para 2023. As estimativas consideram as projeções do mercado para a taxa básica de juros e para o câmbio neste e nos próximos anos.
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Retomada robusta da atividade
O Comitê de Política Monetária manteve a avaliação de que o segundo semestre do ano deve mostrar uma “retomada robusta da atividade” na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente.
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O Banco Central notou que a mediana das projeções de crescimento, segundo pesquisa realizada como mercado financeiro, está sensivelmente mais otimista do que as do seu cenário básico.
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Para este ano, os economistas do mercado financeiro estimam um crescimento em 5,30% para o Produto Interno Bruto (PIB) — que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
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Nova alta nos juros
Os integrantes do Copom também indicaram uma nova alta de um ponto percentual no juro básico da economia em sua próxima reunião, marcada para 21 e 22 de setembro, e passaram a estimar que, ao final do ciclo total de elevação, a taxa Selic ficará acima e 6,5% ao ano.
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“Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude [de um ponto percentual]. O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, informou.
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O Copom fixa a taxa básica de juros com base no sistema de metas de inflação. Neste momento, a instituição já está olhando para 2022, cuja meta central é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.
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Segundo o Banco Central, tornou-se apropriado um ciclo de elevação da taxa de juros para patamar consistente com política monetária contracionista, ou seja, acima do patamar considerado “neutro” para a taxa de juros, que estaria ao redor de 6,5% ao ano.
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“O Comitê decidiu comunicar essa decisão, mantendo a transparência sobre a trajetória de política monetária implícita nas suas projeções e reafirmando que essa visão será sistematicamente reavaliada conforme ocorram mudanças nos determinantes da inflação ou no balanço de riscos”, concluiu a instituição.
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