O Banco Central reduziu a Taxa Selic em meio ponto percentual na noite desta quarta-feira, para 11,25% ao ano, o menor patamar de juros desde março de 2022.
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No comunicado da decisão, que foi unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que o ritmo de queda da taxa básica de juros será mantido nas “próximas reuniões”, o que inclui pelo menos mais duas reduções de 0,5 ponto percentual nos encontros de março e maio — os diretores do BC se reúnem a cada 40 dias.
“Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, diz o texto.
A decisão de cortar os juros em meio ponto hoje já havia sido sinalizada pelo Copom na última reunião do ano passado e era amplamente esperada pelo mercado. Esta foi a quinta redução consecutiva da taxa, que começou a cair na reunião de agosto de 2023, depois de permanecer por quase um ano em 13,75%, ou oito reuniões consecutivas.
Riscos
O Banco Central pontuou que há dois fatores de risco que podem dificultar o cenário da inflação. Primeiro, “uma maior persistência da inflação mundial”, segundo, “uma maior resiliência na inflação de serviços” no Brasil.
Por outro lado, o BC entende que a desaceleração da economia mundial poderia ajudar na queda dos preços no Brasil, além dos efeitos defasados da política monetária, já que a Selic permaneceu bastante elevada durante o ano de 2023.
Ainda de acordo com o Banco Central, as projeções de inflação em seu cenário de referência situam-se em 3,5%, em 2024, e 3,2% em 2025. O BC, portanto, está mais otimistas do que o mercado no longo prazo, já que o Boletim Focus projeta inflação de 3,5% em 2025 e 2026.