Bancos renegociam R$ 8,1 bi através do Desenrola até dia 11 de agosto, diz Febraban

Os bancos renegociaram R$ 8,1 bilhões por meio do Desenrola, o programa de renegociação de dívidas criado pelo governo federal, até o dia 11 de agosto, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ao todo, foram negociados 1,296 milhão de contratos, de 985 mil clientes bancários.

 

Os números se referem à Faixa 2, que faz parte da atual fase do programa. Nela, os bancos podem renegociar as dívidas de clientes que tenham renda mensal entre dois salários mínimos e R$ 20.000, e que não estejam incluídos no Cadastro Único do governo federal.

 

Ainda de acordo com o levantamento da entidade, os bancos retiraram cerca de 5 milhões de registros negativos de clientes que tinham dívidas de até R$ 100. A baixa de registros se encerrou em 27 de julho.

 

Vale lembrar, no entanto, que a desnegativação não significa um perdão. O débito seguirá existindo, mas os bancos se comprometem a não incluir os devedores no cadastro negativo.

 

“Os números do Desenrola falam por si e são uma grande satisfação para todos, bancos, governo e a sociedade”, diz em nota o presidente da Febraban, Isaac Sidney. “A grande adesão e o interesse pelo programa na Faixa 2 são uma amostra do que virá em setembro, com a Faixa 1.”

 

A adesão à Faixa 1 do Desenrola começará em setembro. Ela será voltada para quem recebe até R$ 2.640 por mês ou tem inscrição no CadÚnico (Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal), e entrou na lista de negativados a partir de 1º de janeiro de 2019, permanecendo com dívida ativa até 31 de dezembro de 2022.

 

A Faixa 1 permitirá renegociar até R$ 5.000 em qualquer tipo de dívida, desde que não seja crédito rural, financiamento imobiliário, operação com funding ou risco de terceiros, e dívida com garantia real. O pagamento pode ser à vista ou parcelado em até 60 meses, sendo que o valor da parcela deve ultrapassar R$ 50, com taxa de juros de no máximo 1,99% por mês.

 

A Faixa 1 é de clientes de menor renda, cujas dívidas serão garantidas por um fundo do Tesouro. Ela deve vir acompanhada da entrada de dívidas não-bancárias no programa, e da estreia de uma plataforma online, estruturada pela B3, em que os bancos poderão “comprar” as dívidas em leilões, oferecendo descontos.

 

Os maiores bancos do País aderiram ao Desenrola, cada um com uma estratégia. Alguns deles, como o Banco do Brasil, têm estendido as condições do programa a clientes que não estão enquadrados em seus critérios.