Boletim Focus: mercado reduz estimativa de inflação e de crescimento da economia em 2025

Os analistas do mercado financeiro reduziram a projeção de inflação e também para o crescimento da economia neste ano.

 

As projeções, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório “Focus” divulgado nesta segunda-feira (24) pelo Banco Central (BC).

 

Para a inflação de 2025, a estimativa do mercado passou de 5,66% para 5,65%. Mesmo com a leve redução, a expectativa continua bem acima do teto da meta, que é de 4,5%.

 

Para 2026, a expectativa de inflação subiu de 4,48% para 4,50%. Para 2027, a expectativa continuou em 4%.  Para 2028, a expectativa permaneceu em 3,78%.

 

A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.

 

  • Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente.
  • Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
  • Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.
  • Desde janeiro, a inflação acumulada em doze meses é comparada com a meta e com o intervalo de tolerância.
  • Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
  • Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.

 

Com o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Haddad no início de janeiro – creditando o resultado a fatores como a forte atividade econômica, a queda do real e os extremos climáticos.

 

O BC também admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.

 

🔎 Por que isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.

 

Taxa de juros

Os economistas do mercado financeiro mantiveram estável a projeção para a taxa básica de juros neste ano.

 

Na semana passada, o BC elevou os juros pela quinta vez seguida, para 14,25% ao ano. E também indicou que deve elevar novamente a taxa em maio.

 

  • Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu em 15% ao ano.
  • Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção em 12,50% ao ano.
  • Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado continuou em 10,50% ao ano.

 

Produto Interno Bruto

Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado recuou de 1,99% para 1,98%.

 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.

 

Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro permaneceu em 1,60%.

 

Outras estimativas

Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2025 recuou de R$ 5,98 para R$ 5,95. Para o fim de 2026, a estimativa continuou em R$ 6.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a caiu de US$ 76,7 bilhões para US$ 75,4 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 79,2 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso recuou de US$ 72 bilhões para US$ 70 bilhões.