O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu a possibilidade de ter havido corrupção no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) durante o seu governo, e defendeu que haja investigação sobre os descontos ilegais em aposentadorias e pensões.
A declaração foi feita durante defesa da instalação de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), formada por deputados federais e senadores, sobre o tema no Congresso. A oposição, nesta semana, protocolou pedido de abertura da comissão.
“Nós da direita assinamos [a CPMI]. PT, PSOL, PDT, ninguém assinou a CPMI. Vamos investigar. Não tem como falar corrupção zero. Pode até buscar, como zero absoluto, [mas] não tem como chegar lá. Agora explodiu [o número de casos] no governo Lula”, afirmou, em entrevista ao UOL.
Questionado se considera que pode ter ocorrido irregularidade antes, ele disse ser “possível”. “E vai investigar. Se por ventura alguém do meu governo fez algo de errado, pague, ponto final”, disse.
A investigação da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) sobre fraudes em descontos de aposentadorias e pensões do INSS aponta ter havido desvio de dinheiro por meio da adesões de aposentados sem consentimento e falsificação de assinaturas.
As apurações começaram em 2019, mas as irregularidades começaram ainda durante o governo de Michel Temer (MDB).
Servidor do INSS denunciou em 2020 descontos ilegais de aposentadorias e pensões
Um funcionário da direção do INSS, procurou a Polícia Federal em setembro de 2020, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL) para denunciar descontos irregulares em aposentadorias e pensões pagas pelo instituto, segundo reportagem exibida pelo Jornal Nacional.
Segundo o JN, o denunciante atuava na área do INSS que analisa os descontos nos benefícios e disse ter sofrido ameaças depois de identificar irregularidades nesses processos.
Depois da denúncia, a Polícia Federal abriu uma investigação que foi encerrada em 2024 sem nenhum indiciamento, de acordo com o JN. Os descontos só foram interrompidos