O ex-presidente Jair Bolsonaro negou nesta terça-feira (10), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ter participado de qualquer tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo ele, as reuniões que manteve com ministros e militares naquele período tinham como objetivo avaliar, de forma informal, se haveria alguma saída legal diante da derrota nas urnas.
“As conversas eram bastante informais, não era nada proposto, ‘vamos decidir isso aqui’. Era conversa informal para ver se existia alguma hipótese de um dispositivo constitucional para a gente atingir o objetivo que não foi atingido no TSE. Isso foi descartado na segunda reunião”, afirmou o ex-presidente, durante o interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro declarou que não havia clima político nem base suficiente para qualquer ruptura. “Não tinha clima, não tinha base minimamente sólida para fazer coisa”, disse.
Ao ser questionado por Alexandre de Moraes sobre denúncia feita por ele de que os ministros estariam levando dinheiro nas eleições, Bolsonaro pediu desculpas a Moraes e afirmou não ter indícios.
“Quais eram os indícios que o senhor tinha que nós estaríamos levando U$S 50 milhões, U$S 30 milhões?”, perguntou Moraes.
Não tem indícios nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada. Um desabafo, uma retórica que eu usei. Se fosse outros três ocupando teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe, não tinha qualquer intenção de acusar de qualquer desvio de conduta os senhores três”, respondeu Bolsonaro.
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A questão da desconfiança, suspeição ou crítica às urnas não é algo privativo meu. Eu poderia citar vários nomes, citaria apenas alguns aqui. O senhor Flávio Dino em 2012, quando ele perdeu a eleição, ou 2010, quando ele perdeu a eleição para o governo do Maranhão, disse que houve fraude.