Bolsonaro preso! Abuso de poder? Aliados falam em perseguição

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda (4) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A justificativa é que o ex-presidente descumpriu as medidas cautelares impostas a ele, por ter veiculado conteúdo nas redes sociais dos filhos.

 

Na decisão, Moraes afirma que Bolsonaro utilizou redes sociais de aliados – incluindo seus três filhos parlamentares – para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

 

Além disso, o ministro destaca que o ex-presidente produziu material destinado à publicação por terceiros, driblando a censura direta aos seus canais e mantendo “influência ativa” no debate político digital.

 

Os aliados do ex-presidente reagiram com surpresa e indignação à decisão de Moraes, citando autoritarismo e afronto à democracia; Alegam ser uma manobra para calar opositores e consolidar o projeto de poder em curso no país. Citam que hoje é com Bolsonaro, amanhã pode ser com qualquer cidadão que critique o governo ou o Judiciário. “Não podemos aceitar isso calados. É hora de fazer valer a voz de milhões de brasileiros”, dizem nas redes sociais.

 

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou a prisão. No X (antigo Twitter), o parlamentar questionou a motivação da medida: “Corrupção? Rachadinha? Desvio de bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que várzea”.

 

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), saiu em defesa do ex-presidente no X. “Ditadura declarada: Bolsonaro preso em casa por ordem de Moraes. O que mais falta acontecer? Tentaram matá-lo. Perseguiram sua família. Proibiram-no de falar. Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso”, escreveu.

 

Além da prisão domiciliar, tornozeleira eletrônica e proibição de visitas

A decisão de Moraes inclui ainda o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de visitas, salvo por familiares próximos e advogados e recolhimento de todos os celulares disponíveis no local.