O mercado de trabalho brasileiro registrou em setembro a abertura de 313.902 vagas com carteira assinada. Com isso, o saldo de contratações no acumulado do ano ficou positivo em 2.512.937 postos.
O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data junto a 17 consultorias e instituições financeiras, que estimavam a criação de 360 mil novas vagas para o mês de setembro.
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados há pouco pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
No mês passado, foram registradas 1.780.161 admissões ante 1.466.259 desligamentos. No mesmo mês do ano passado, haviam sido criadas 319.151 vagas (dados com ajustes). Em 2020, o Caged passou por mudanças metodológicas e especialistas têm alertado que não é adequado comparar os dados atuais com os da série histórica anterior, que vai até 2019.
No acumulado do ano, foram 14.877.024 contratações e 12.364.087 desligamentos. O resultado é melhor que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram fechadas 558.597 vagas.
Cinco setores registram abertura de vagas com carteira em setembro
Os dados do Caged mostram que houve abertura de vagas nos cinco setores da economia em setembro.
No mês passado, o saldo ficou positivo em Agricultura (9.084), Indústria (76.169), Construção (24.513), Comércio (60.809) e Serviços (143.418).
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Abertura de vagas com carteira nas 5 regiões do país
Os dados do Caged também mostram que as cinco regiões do país apresentaram saldos positivos de emprego em setembro.
Houve abertura de vagas no Sudeste (139.081), Sul (46.724), Nordeste (90.678), Norte (16.122) e Centro-Oeste (21.371).
Parcial do ano
Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, no acumulado dos nove primeiros meses deste ano foram criadas 2,512 milhões de vagas. De janeiro a setembro do ano passado, foram fechados 558,59 mil empregos com carteira assinada.
Ao final de setembro de 2021, o Brasil tinha saldo de 41,875 milhões de empregos com carteira assinada. Isso representa um aumento na comparação com janeiro deste ano (39,624 milhões de empregos) e, também, com setembro de 2020, quando o saldo estava em 38,684 milhões.
Programa de manutenção do emprego
De acordo com o Ministério do Trabalho, o comportamento do emprego formal, neste ano, ainda sofre influência do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, iniciado no ano passado e reeditado em 2021.
Isso porque os empregadores, para obterem os benefícios do programa, têm de manter o emprego do trabalhador por igual período de tempo da suspensão do contrato, ou redução da jornada.
De abril a setembro deste ano, segundo o Ministério do Trabalho, 2,593 milhões de trabalhadores foram beneficiados pelo programa. Foram pagos R$ 6,98 bilhões no período.
Caged X Pnad
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados nesta terça-feira (26), consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não inclui os informais.
Com isso, não são comparáveis com os números do desemprego, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
Os números do Caged são coletados das empresas e abarcam o setor privado com carteira assinada, enquanto que os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar, e abrangem também o setor informal da economia.
No fim de setembro, o IBGE informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,7% no trimestre encerrado em julho, mas ainda atinge 14,1 milhões de brasileiros.