Menos de uma semana antes do fim do prazo para entrada em vigor do tarifaço, Estados Unidos e União Europeia (UE) fecharam um acordo que prevê tarifas de 15%, evitando que a ameaça de sobretaxa de 30% para os 27 Estados-membro se tornasse realidade. A medida deve trazer alívio aos mercados neste começo de semana por reduzir incertezas a respeito do comércio global.
Mas a proximidade da data-limite de 1º de agosto aumenta a pressão sobre o Brasil, que ainda não conseguiu estabelecer um canal direto de negociação com a Casa Branca e busca negociar para não enfrentar o risco de lidar com tarifas de 50%.
Países como África do Sul e Coreia do Sul, por exemplo, serão imediatamente impactados com impostos de importação que ultrapassam 25% do valor do produto.
O caso do Brasil, contudo, foge da regra, uma vez que Washington tem superávit comercial nas trocas comerciais e as sanções, segundo o presidente americano, visam pressionar o sistema Judiciário contra o processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O movimento levou senadores americanos a acusarem o chefe da Casa Branca de abuso de poder.
Na última quinta-feira, Trump disse que o piso antes previsto em 10% subirá para 15%, e produtos de países “sem boa relação”, como o Brasil, ficarão 50% mais caros. Segundo Howard Lutnick, a imposição das sobretaxas não impede que os países continuem negociando pactos comerciais.