Contrabando, pirataria e outras atividades, são algumas das ações ilegais que provocaram um prejuízo econômico de R$ 453,5 bilhões ao país em 2022.
A cifra consta na nota técnica “Brasil Ilegal em Números”, levantamento produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Deste total, a maior parte refere-se aos prejuízos diretos com os impostos que deixaram de ser arrecadados (R$ 136 bilhões) pelos governos.
O montante de R$ 453,5 bilhões, conforme o estudo, abrange os prejuízos com:
- contrabando;
- pirataria;
- roubo;
- fraude fiscal;
- sonegação de impostos;
- furto de serviços públicos.
Para o diretor da Fiesp e da Firjan Carlos Erane de Aguiar, os números do levantamento mostram um “desastre nacional”, que atinge diretamente cidadãos e os governos.
“A cifra de R$ 453,5 bilhões é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina, por exemplo. A CNI, Fiesp e Firjan querem chamar a atenção para essa calamidade”, afirmou em comunicado divulgado pela CNI.
Segundo o levantamento, dados do Índice Global de Crime Organizado mostram o Brasil na posição de número 171 em um ranking que avalia o mercado de produtos falsificadas em 193 países. Isto quer dizer, ainda conforme o estudo, que a situação do Brasil é “especialmente alarmante”.
Impactos diretos
De acordo com o levantamento das entidades do setor da indústria, os principais impactos do mercado ilegal incluem:
- ao menos 15 setores da economia afetados diretamente;
- cerca de 370 mil postos de trabalho que deixaram de ser gerados nesses setores;
- R$ 136 bilhões que deixaram de ser arrecadados em impostos;
- R$ 6,3 bilhões que deixaram de ser arrecadados com os “gatos” de energia, isto é, conexões clandestinas;
- R$ 14 bilhões que deixaram de ser arrecadados com as ligações clandestinas de água.