Brasil perdeu R$ 260 bilhões com falsificações e contrabando em um ano, aponta levantamento

contrabando 16_06_21Em um ano, o Brasil perdeu R$ 260 bilhões por conta de falsificações e contrabando, segundo o Balanço anual da Associação Brasileira de Combate à Falsificação divulgado  pela Globo News. As perdas incluem quanto o país deixou de arrecadar em impostos e também quando as empresas legalizadas deixaram de faturar entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021.

 

São Paulo é o principal consumidor desses produtos – concentra 45% do comércio ilegal. O estado é seguido por, Paraná, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Os dados levam em conta 896 operações que foram realizadas pelas Receita Federal e Polícias Civil, Federal e Rodoviária Federal, a partir de denúncias feiras pela ABCF.

 

Segundo a associação, não é possível mensurar os produtos apreendidos. A maior parte das operações feitas no período, no entanto, apreendeu cigarros contrabandeados. Em seguida, aparecem peças de automóveis, máquinas, ferramentas e rolamentos industriais. Segundo o balanço, de cada 10 cigarros vendidos no Brasil quase 6 são ilegais, somando um prejuízo de R$ 11 bilhões.

 

Vendas online

As medidas de restrição de circulação adotadas por causa da pandemia fizeram aumentar a comércio ilegal desses produtos pelas redes sociais e plataformas de e-commerce. Em 2019, apenas 10% dos itens falsificados e contrabandeados chegava ao consumidor pelos meios eletrônicos. Em 2020, o percentual subiu para 30%.

 

A Receita Federal afirma que não quantifica o aumento, mas confirma que as apreensões de produtos ilegais envolvendo o comércio eletrônico tem aumentado. O serviço de inteligência da Receita também atua nesses canais para identificar e prender criminosos.

 

Fábrica clandestina

Na semana passada, uma operação da Polícia Civil do município paulista de Limeira fechou uma fábrica clandestina de perfumes falsificados. Segundo o delegado Leonardo Burger, no local havia mais de 2 milhões de insumos, frascos, etiquetas e embalagens idênticas às de perfumes originais.

 

Seis pessoas foram presas. Segundo a Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares foi a maior apreensão de perfumes falsos já realizada no país, o que reforça a informação de que a produção de itens falsificados no país é forte.

 

Origem

Segundo a ABCF, 65% dos produtos ilegais comercializados no Brasil são provenientes da China, principalmente itens que exigem mais tecnologia na fabricação, como eletrônicos e autopeças. Do Paraguai chegam 85% dos cigarros ilegais e esses produtos são vendidos por menos da metade do preço do cigarro legalizado.

 

As portas de entrada para os produtos contrabandeados e falsificados no Brasil são os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Itajaí (SC) e Rio de Janeiro (RJ). Pelas fronteiras terrestres, eles chegam do Paraguai por Mato Grosso do Sul e Paraná.

 

Por Adriana Perroni, GloboNews